Proposta é golpe antigo nas regionais

Maquiada atrás da criação de núcleos está a redução de Agências

Para qualquer um que conheça minimamente a Celesc fica claro que a ideia de núcleos é uma fachada para a redução no número de Agências Regionais. E não é nova. É a reciclagem de um projeto de uma consultoria externa, apresentado em 2012 ao Conselho de Administração e que não leva em consideração o bom atendimento à sociedade. A abrangência das Agências Regionais tem motivos estruturais e políticos sim.

Afinal de contas, a Celesc é o principal agente de políticas públicas para o desenvolvimento social do estado de Santa Catarina. E tanto a população quanto a classe empresarial deve demonstrar repúdio à atabalhoada decisão do presidente. Será que prefeitos, deputados, empresários, agricultores estão cientes das dificuldades que a centralização de decisões trará ao seu dia a dia? Será que a busca por uniformização de procedimentos administrativos não criará uma barreira em questões regionalizadas que hoje são facilmente resolvidas nas regionais?

E, dada a volatilidade nas decisões, será que o presidente vai adotar o estilo de divulga e depois recua, como aconteceu com a pressão dos parlamentares do sul do Estado? Muitas dúvidas surgem sobre todo este processo. Afinal de constas, se o presidente estava viajando nos últimos meses, como uma reestruturação desta magnitude surgiu de uma hora para outra? Discutida com toda a Diretoria Colegiada ela não foi. Aliás, nem a deliberação que oficializa a mudança foi assinada pelos diretores e, mesmo assim, a ideia já foi divulgada como concretizada, demonstrando a incoerência que norteia os atos do presidente.

E quem é o cérebro por trás deste projeto medonho? Com carta branca do Governador, Cleicio tem sido visto no dia a dia da empresa como uma guilhotina: cabeças são cortadas sem explicação coerente, em decisões precipitadas trazendo insegurança aos trabalhadores, e que põem em risco todo o trabalho e esforço dos celesquianos na luta pela concessão. Aliás, o Governador do Estado é o responsável por toda a bagunça que seu escolhido tem feito na maior estatal catarinense.

O grande problema é que a bagunça do presidente atenta contra a Celesc Pública. E ninguém está à salvo, não importa se trabalha em um “núcleo” ou em uma “unidade”. O que garante a manutenção da empresa sobre controle estatal é o trabalho dos celesquianos, atendendo à sociedade com respeito e qualidade. Além disso, o artigo 13º da constituição do estado regulamenta a necessidade de um plebiscito para privatização da empresa.

Ou seja, é o povo que decide. Agora, quem vai querer a empresa nas mãos do estado quando o Governador indica um mandatário inconstante, arrogante e egocêntrico, que põe em risco o atendimento à população? O diálogo só é opção quando há espaço. E o presidente o fechou com seguranças, cancelas e atos irresponsáveis.

É hora de os trabalhadores voltarem ao embate, defendendo a Celesc Pública e o bom atendimento à sociedade. A Celesc é um patrimônio do Estado. Não um brinquedo de um presidente mimado. Vamos à luta! Maquiada atrás da criação de núcleos está a redução de Agências

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