Jornal Linha Viva entrevista candidatos a Diretor Comercial na Celesc

Hoje, dia 10, inicia na Celesc o período de campanha para Representante dos Empregados no Conselho de Aministração e para Diretor Comercial. Os dois espaços de representatividade são defendidos de forma veemente pelos Sindicatos da Intercel. Fruto de decisão da categoria nos Congressos dos Empregados, a Intercel apoia o candidato ao Conselho, mas não aponta preferência a algum dos candidatos à Diretoria Comercial – apenas incentiva o voto e defende o resultado do pleito.

Com objetivo de ajudar a categoria a escolher uma das candidaturas, a Intercel fez as mesmas perguntas aos três candidatos à DCL. Confira abaixo as respostas de cada um deles (foi mantida a redação enviada pelos candidatos):

GILSON SILVEIRA DE OLIVEIRA

Natural de Imbituba, 43 anos, casado com Celesquiana, experiência de 18 anos na empresa, sendo 14 na Regional de Joinville e 4 na Central. Formado em Eletrotécnica pelo IFSC, Engenharia de Produção pela UDESC, pós-graduação em Comercialização de Energia Elétrica pela UFSC, Black Belt Lean Six Sigma pela PUC(PR) e Mestrado em Engenharia de Produção pela SOCIESC. Na Agência, atuei em função gerencial na área técnica comercial, destacando-me na gestão de indicadores comerciais. Trabalhei ainda nas áreas de Projetos e Construção e Planejamento do Sistema Elétrico, com efetiva atuação na gestão dos indicadores DEC e FEC, aplicando a metodologia Lean Six Sigma. Na Central, como gestor da Divisão de Desempenho, atuo no gerenciamento do desempenho corporativo e regional por meio dos indicadores e projetos estratégicos.

ORLI OSVALDO DO CARMO

Orli Osvaldo do Carmo, casado com Maria Aparecida, pai da Yasmin e do Joaquim. Economista formado pela UFSC em 2002 e Pós Graduado em Gestão e Comercialização de Energia Elétrica pela FEPESE em 2016. Iniciou a carreira na Celesc na Diretoria Comercial em 2006, mesmo ano da criação da Diretoria, onde foi Gerente da Divisão de Faturamento (2009-2013) período em que implantou projetos importantes como o sistema de Leitura Impressão e Entrega Simultânea de Faturas de Energia Elétrica – LIES processo esse que economizou aproximadamente R$ 30 milhões ao ano e proporcionou um adiantamento de receita de até R$ 100 milhões ao mês, além de proporcionar segurança das informações e ser ecologicamente correto ao não utilizar tinta na impressão e a fatura ser biodegradável.

VITOR LOPES GUIMARÃES

Natural de Florianópolis, 56 anos de idade, formação de nível médio em Eletrotécnica pela Escola Técnica Federal de Santa Catarina, graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina. Celesquiano desde 1985, 38 anos de serviços prestados, primeiro cargo foi de eletrotécnico na Regional de Itajaí, passando por várias áreas técnicas da empresa. Ao longo da carreira assumiu funções gerenciais: Gerente da Divisão de Projetos e Construção, Gerente do Departamento de Engenharia e Planejamento do Sistema Elétrico, Assessor da Diretoria de Distribuição, Assistente Técnico da Presidência, Diretor de Distribuição e Diretor Comercial eleito pelos empregados, tendo a oportunidade de ter acumulado a Presidência da Celesc no mês de janeiro de 2023

Na sua opinião, qual a maior necessidade da área Comercial da Celesc hoje? Qual a prioridade de investimento na área hoje?

GILSON SILVEIRA DE OLIVEIRA

Temos compromissos específicos para cada área da comercial. Destaco como o mais prioritário a necessidade de migração do nosso sistema comercial atual para o SAP Hana com segurança, eficiência, modernidade e proporcionando as melhores experiências e possibilidades para nossos empregados e clientes. Além disso, defendo efetivos investimentos para expansão, melhoria e modernização do sistema elétrico, instalação de medidores inteligentes, equipamentos de combate à fraude e capacitação contínua dos empregados. Quanto aos custeios, incluem a reposição do quadro de empregados, modernização das lojas e postos de atendimento, além da evolução contínua nas plataformas digitais e iniciativas estratégicas de combate às fraudes de energia, inadimplência e indenizações pagas.

ORLI OSVALDO DO CARMO

Gestão contratual firme, não cumpriu, aplica-se a penalidade. Atuação forte no cumprimento dos indicadores. Valorização dos empregados, proporcionando treinamentos adequados, workshops, lutando por isonomia de benefícios, condições adequadas de trabalho, reestruturar as equipes eliminando a sobrecarga de trabalho e melhorando o desempenho das áreas. Trabalhar muito forte e comprometido com cumprimento de prazos, temos o Conecte, um projeto importante com quase um ano de atraso. Eliminar o alto índice de atraso nas solicitações de ligações novas, que é um absurdo, dali vem a nossa receita. A Celesc tem pagado muita compensação por atrasos nas vistorias de mini e microgeração, temos que acabar com isso. Atuar forte para melhorar a qualidade do nosso atendimento tanto para os empregados quanto para os clientes. Combater incansavelmente a inadimplência e as fraudes, atuar em conjunto com as Agências Regionais e demais Diretorias para enfrentar as mudanças que virão a partir do próximo ano.

VITOR LOPES GUIMARÃES

Quando assumimos a DCL em 2021 identificamos várias necessidades, especialmente em novas tecnologias e capacitação dos empregados. Nesse período de gestão ampliamos o quadro de dotação de atendentes em 58 vagas, ampliamos a capacitação dos empregados e instituímos o ensino à distância para o atendimento do grupo A e B. Valorizamos a carreira dos eletricistas de fiscalização de medição do grupo B, com treinamentos, adicional de função, aquisição de equipamentos e veículos. Sempre em parceria com as demais diretorias, viabilizamos recursos para aquisição de computadores e scanners de mesa para as lojas de atendimento, viaturas e ferramentais para as equipes e iniciamos o processo de implantação do WI-FI nas lojas. No momento estamos focados e quase que totalmente mobilizados no processo de implementação do SAP-HANA – Conecte, em substituição ao SIGA. O Projeto Conecte é o início da transformação digital da Celesc, simplificando e agilizando tarefas e otimizando processos, melhorando nossos canais de atendimento, por meio do desenvolvimento de novas ferramentas, como o APP, Portal Técnico e Agência Virtual.

O cenário nacional e local tem colocado os direitos de trabalhadores em constante ameaça e as últimas negociações coletivas na Celesc têm sido difíceis. Diante da Diretoria Colegiada, qual será sua postura sobre os direitos de celesquianas e celesquianos?

GILSON SILVEIRA DE OLIVEIRA

Compreendo plenamente as preocupações em relação aos direitos dos empregados, pois, por vezes, nos deparamos com propostas de redução de direitos, além dos desafios nas negociações coletivas. Como membro da Diretoria Colegiada da Celesc, minha postura é clara: estarei comprometido com a defesa e preservação dos direitos dos celesquianos e ainda, com a promoção de condições de trabalho seguras, incentivo à valorização dos empregados por meio da reformulação do PCS, impulsionando carreira e crescimento profissional. Por fim, outra necessária defesa será em relação ao PLR dos empregados, que precisa ser reconsiderado, visando abranger uma política justa para todos, acompanhando o legítimo crescimento financeiro da empresa.

ORLI OSVALDO DO CARMO

Sou um empregado que vai para o portão da empresa sempre que chamado a Luta pelos direitos do trabalhador, sempre trabalhei em prol da coletividade. Minha postura será não só pela manutenção mas por melhorias dos direitos já existentes e inclusão de novos direitos e garantias ao trabalhador, isso é fundamental para melhor condições de trabalho, qualidade de vida e dignidade do trabalhador. Defenderei com unhas e dentes a Isonomia de direitos, é questão de justiça, coerência e promove a união da classe trabalhadora. Segregar é desunir com o objetivo de isolar e tornar mais fraca a classe na luta pelos seus direitos. O trabalhador é o maior patrimônio de uma empresa, trabalhador feliz e motivado é certeza de ótimos resultados.

VITOR LOPES GUIMARÃES

Seguirei defendendo os direitos dos celesquianos, que foram conquistados com muita luta, ao longo dos anos. Dentro da Diretoria continuarei trabalhando para que as reivindicações dos empregados sejam respeitadas, com avanços necessários e justos na remuneração e nos benefícios. Continuarei mantendo o diálogo com os Sindicatos, me posicionando na Diretoria Colegiada em defesa de melhores condições de trabalho para nossos empregados, novas admissões, além de avanços em seus direitos, todos em harmonia com o equilíbrio financeiro da empresa e manutenção da concessão.

Como o senhor se posiciona em relação à manutenção da Celesc Pública? Como pretende atuar em defesa da Celesc Pública?

GILSON SILVEIRA DE OLIVEIRA

Manutenção da Celesc Pública é uma bandeira inegociável. Para isso, a Celesc precisa se fortalecer em diversas frentes. Uma delas é avançar nos investimentos e custeios adequados para expansão, melhoria e modernização do sistema elétrico, do sistema de medição, do atendimento comercial e consequente promoção de disponibilidade, qualidade e eficiência do serviço prestado. Além disso, para que a Celesc não sofra os efeitos da COPEL, é necessária uma atuação proativa da diretoria comercial, tanto internamente, junto às decisões estratégicas da companhia, como também na defesa da Celesc Pública junto à sociedade, instituições públicas e privadas, Assembleia Legislativa, Governo do Estado, entre outros. Enfim, demonstrar que a Celesc pública é benéfica para todos!

ORLI OSVALDO DO CARMO

Sou a favor da Celesc PÚBLICA, pra mim é questão de honra! A Celesc é um patrimônio do Povo Catarinense, não faz sentindo algum privatiza-la, é estratégica, é lucrativa, atua como força motriz para o desenvolvimento de Santa Catarina. A privatização só serve para expropriar o patrimônio público, cortar direitos do trabalhador, fazer demissões em massa, destruir famílias, cortar acessos dos consumidores aos serviços, em empresas privatizadas os canais de reclamação não funcionam, lojas físicas para reclamações deixaram de existir, nenhuma empresa privatizada se tornou melhor, mais humana, com mais direitos trabalhistas e mais qualidade de vida, com melhor atendimento aos seus clientes. A privatização só visa lucro para seus proprietários, nunca melhoria para o povo. Assumo o compromisso, se eleito Diretor Comercial serei sempre um VOTO contra a Privatização.

VITOR LOPES GUIMARÃES

Defendo e luto por uma Celesc Pública sempre! Estamos entre as melhores distribuidoras do Brasil e isso é reflexo do trabalho dos celesquianos e mantê-la pública depende muito de todos nós. Devemos dialogar constantemente com as forças da sociedade, mostrando a realidade e a importância de ser pública, além da prestação de serviço de excelência dos nossos empregados, desmistificando afirmações falsas que visam fragilizar nossa empresa. Temos que atuar de forma vigilante nas pautas que são tratadas pelo Conselho de Administração, Diretoria Colegiada e Assembleia Legislativa. Como diretor eleito pelos empregados, tenho me posicionado sempre em defesa da Celesc Pública, buscando constantes melhorias para que os celesquianos tenham condições de atender a sociedade catarinense. Uma Celesc forte, eficiente, atendendo bem a população catarinense e que jamais deve ser privatizada.

Os sindicatos da Intercel têm, ao longo dos anos, atuado contra as terceirizações nas atividades da empresa. Qual a sua posição sobre a terceirização na área comercial e em toda a Celesc?

GILSON SILVEIRA DE OLIVEIRA

Não é de hoje que existem rumores sobre a terceirização. Essa também é uma das minhas bandeiras: atuar contra a terceirização. Empregados próprios, capacitados e valorizados, traduzem melhores resultados. A terceirização é uma economia fadada ao fracasso, pois, apesar de reduzir inicialmente os valores suportados pela empresa, acarreta consequências danosas, fazendo com que a Celesc incentive a precarização do trabalho. Acredito que empregados próprios fazem uma diferença significativa e a empresa colhe melhores resultados, além de promover a cultura organizacional, melhoria contínua, identidade corporativa e melhor aderência aos propósitos, valores e princípios, o que só conseguimos com empregados próprios.

ORLI OSVALDO DO CARMO

Sou contra. A terceirização busca tão somente economizar sem se preocupar com a qualidade dos serviços prestados e traz consigo a precarização da mão de obra, salários baixos, corte de benefícios dos trabalhadores, o resultado é a perda de eficiência afetando diretamente a imagem da empresa, deixando-a vulnerável as críticas e ataques pró privatização. Podemos citar o que aconteceu na Celesc este ano, com problemas internos e dificuldades financeiras uma empreiteira deixou de pagar salários, ocasionando greve entre seus empregados, criando um grave problema para a Celesc que sofreu com matérias em jornais e telejornais, milhares de denúncias à Ouvidoria, reclamações aos órgãos de defesa do consumidor e regulatórios, ocasionando prejuízos, ressarcimentos aos consumidores e pode até gerar penalidade ANEEL.

VITOR LOPES GUIMARÃES

Acreditamos que o grande diferencial da Celesc é a capacidade técnica e o bom trabalho de nosso corpo funcional. Primarizar e capacitar é o melhor caminho para a retenção do conhecimento e o desenvolvimento da melhoria contínua no atendimento aos nossos clientes. Quando assumimos a DCL, havia um projeto piloto para a terceirização do atendimento comercial, ou seja, um grande retrocesso. Imediatamente descartamos a terceirização e iniciamos conversas com todas as regionais para fortalecer nossos empregados no processo de atendimento. O fruto desse trabalho foi a ampliação do quadro de dotação e a contratação de 58 novos atendentes próprios, ainda em 2021. Também encerramos o contrato de terceirização no combate a perdas nas regionais de Florianópolis, Itajaí e Joinville internalizando as atividades e valorizando os empregados próprios. Esses dois exemplos refletem muito bem nossa posição contrária à terceirização e de valorização dos empregados próprios.

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