Celesc: Entrevista com candidatos a Diretor Comercial

Linha Viva entrevistou as duas candidaturas a Diretoria Comercial na Celesc – Eleições ocorrem em 31/01 e 01/02

Conforme anunciado na edição 1516 do Linha Viva, hoje apresentamos a entrevista com os dois candidatos a Diretor Comercial na Celesc. A Intercel reafirma sua postura de defender o pleito, mas não apoiar nenhuma das candidaturas. Foram enviadas as mesmas perguntas aos dois candidatos. Confira as respostas dos dois candidatos:

VITOR LOPES GUIMARÃESCLAUDIO VARELLA
Natural de Florianópolis, 54 anos de idade, tem formação de nível médio em Eletrotécnica
pela Escola Técnica Federal de Santa Catarina e graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina. Celesquiano desde 1985, o primeiro cargo foi de eletrotécnico, passando por áreas técnicas da empresa. Ao longo da carreira, assumiu funções gerenciais, na Divisão de Projetos e Construção e no Departamento de Engenharia e Planejamento do Sistema Elétrico, além de ter sido Assistente Técnico da Presidência, Assessor da Diretoria de Distribuição, Diretor de Distribuição e Diretor Comercial eleito pelos empregados entre fevereiro de 2021 a dezembro de 2021.
Ingressou na Celesc na Regional Chapecó em 1986. Em 1999, concluiu o curso de Engenharia Elétrica pela FURB. Foi supervisor de Operação e Linhas de Transmissão na antiga DVOM, gerente da Divisão de Distribuição da Regional Blumenau e, em 2011, Administrador da Regional da Agência (atualmente Núcleo Alto Vale), onde permaneceu até agosto/2018, retornando em fevereiro/2019, da qual se licenciou para o início da campanha para concorrer a Diretor Comercial. Atua como professor do Curso de Engenharia Elétrica na UNIASSELVI, e já atuou como professor dos Cursos Técnico em Eletrotécnica, Automação Industrial e Tecnólogo no SENAI, e no curso de Engenharia Elétrica da FURB. Também atua como Instrutor Colaborador na formação de Eletricistas, Técnicos e engenheiros nos cursos internos da Celesc.

LV – Na sua opinião, qual a maior necessidade da área comercial hoje? Onde é essencial investir e trabalhar?

VITOR LOPES GUIMARÃES CLAUDIO VARELLA
Quando assumimos a DCL identificamos várias necessidades. Em 10 meses de gestão contratamos 58 atendentes adicionais ao quadro de dotação, capacitamos mais de 280 empregados e instituímos o ensino à distância para o atendimento do grupo A e B. Criamos um adicional para os eletricistas de fiscalização de medição do grupo B e um Grupo de Trabalho para identificar a contribuição de outros empregados no combate as perdas. Adquirimos mais de R$ 4 milhões em equipamentos e 16 veículos, além de 130 scanners de mesa para os atendentes e iniciamos o processo de implantação do WI-FI nas principais lojas de atendimento. Aprovamos, ainda, a troca de todos os computadores das lojas de atendimento em 2022. A maior necessidade da DCL, agora, é a implementação do SAP-HANA em substituição ao SIGA. O sucesso deste trabalho provocará uma revolução nos processos da comercial, simplificando e agilizando tarefas, incluindo a melhoria dos nossos canais de atendimento.Atendimento ao cliente. E quando me refiro a atendimento ao cliente falo de todo o relacionamento com o cliente, seja com o nosso atendente comercial, o atendente do call center, nosso eletricista que está em campo executando o serviço comercial, como o que trabalha nas funções de faturamento e arrecadação da empresa. Atendimento ao cliente é um processo que tem como principal objetivo receber e solucionar as demandas e solicitações apresentadas pelos clientes atuais e futuros da empresa e interfere diretamente na percepção que o público-alvo tem sobre a empresa. Precisamos investir em novas tecnologias, em capacitação continuada e aprimorar processos.

LV – O cenário nacional tem colocado os direitos dos trabalhadores em constante ameaça e as últimas negociações coletivas na Celesc têm apresentado dificuldades. Diante da Diretoria Colegiada, qual será sua posição sobre os direitos dos celesquianos?

VITOR LOPES GUIMARÃES CLAUDIO VARELLA
Sou totalmente contrário à retirada de direitos dos celesquianos, que foram conquistados com muita luta, ao longo dos anos. A Celesc vem apresentando resultados expressivos, fruto do trabalho de todos os empregados e eles devem ser valorizados e respeitados. Dentro da Diretoria vou trabalhar para que as reivindicações dos empregados sejam respeitadas, com avanços em sua remuneração e seus benefícios. Agora que as metas da concessão foram batidas, é preciso retomar a valorização dos trabalhadores, com melhorias no Acordo Coletivo de Trabalho e no Plano de Cargos e Salários. Para isso, pretendo manter o diálogo com os Sindicatos, me posicionando na Diretoria Colegiada em defesa de melhores condições de trabalho para nossos empregados, além de avanços em seus direitos.É inegável que a política adotada no Brasil nos últimos anos trouxe queda na renda e nos direitos dos trabalhadores. Ações concretas voltadas nesse sentido, como a reforma trabalhista e reforma previdenciária, prejudicam e lamentavelmente podem agravar ainda mais a situação dos empregados nas negociações coletivas de trabalho. No entanto, para os celesquianos, é inegável que a ação da Intercel em defesa dos empregados tem minimizado esses impactos. Prova disso foi o excelente acordo fechado na última data base. Na minha longa trajetória como empregado, sempre filiado e ativo nas ações do sindicato e defensor intransigente da Celesc pública, sempre estarei à disposição para facilitar o diálogo entre a Intercel e a diretoria com o objetivo de preservar a Celesc pública e o bem estar dos empregados.

LV – Se eleito, o senhor assumirá em um momento extremamente agressivo contra as empresa públicas, uma vez que o discurso privatista voltou à tona em todo o Brasil. Como o senhor pretende atuar em defesa da Celesc Pública?

VITOR LOPES GUIMARÃES CLAUDIO VARELLA
Entendo que derrotar a privatização depende muito de nós, celesquianos. Temos que continuar a atender a sociedade com qualidade e, como Diretor, meu papel é lutar por recursos para os trabalhadores. Além disso, devemos dialogar constantemente com as forças da sociedade, mostrando a realidade da Celesc, a importância dela ser pública, além da prestação de serviço de excelência dos nossos empregados, desmistificando afirmações falsas que dizem que se a empresa for privatizada o preço da energia baixa e o serviço melhora. Temos, ainda, que atuar de forma vigilante nas pautas que são tratadas pelo Conselho de Administração e na Diretoria Colegiada. Como representante eleito pelos empregados, vou me posicionar sempre em defesa da Celesc Pública, buscando constantes melhorias para que os celesquianos tenham condições de atender o povo catarinense. Uma Celesc forte, eficiente, atendendo bem a população catarinense dificultará em muito sua privatização.Lamentavelmente, mais uma vez, as baterias da privatização se voltam contra a Celesc. Não é a primeira e nem será a última na história da empresa. Mas como das vezes anteriores, vencemos essa batalha graças a união dos empregados em torno da sua organização sindical e entendimentos políticos que perceberam o risco de entregar a maior empresa pública do estado nas mãos de pessoas que não veem na Celesc uma empresa estratégica para o desenvolvimento do estado. Serei um diretor que desde o primeiro momento deixarei claro minha
posição, assim como tenho feito durante minha vida profissional. Atuarei de forma intransigente, no discurso e nas ações, liderando ou apoiando movimentos concretos nesse sentido. Os celesquianos mais antigos ou mais novos sabem que não existirá a Celesc como nós a conhecemos, como nós aprendemos a defende-la se não for como empresa pública. Defender a Celesc pública é bom pra todo mundo.

LV – Os sindicatos da Intercel têm, ao longo de anos, atuado contra a terceirização nas atividades da empresa. Qual a sua posição sobre a terceirização na área comercial e em toda a Celesc?

VITOR LOPES GUIMARÃES CLAUDIO VARELLA
Quando assumimos a DCL, havia um projeto piloto para a terceirização do atendimento comercial, ou seja, um grande retrocesso. Imediatamente descartamos a terceirização e iniciamos conversas com todos os núcleos e unidades para fortalecer nossos empregados no processo de atendimento. O fruto desse trabalho foi a contratação de 58 novos atendentes próprios ainda em 2021. Também encerramos o contrato de terceirização no combate a perdas no NUCAP, NULES e NUNOR internalizando as atividades e valorizando os empregados próprios. Esses dois exemplos refletem muito bem nossa posição contrária a terceirização e de valorização dos empregados próprios. Temos agido para impedir o avanço da terceirização, contratando novos empregados e fortalecendo a Celesc Pública e o atendimento de qualidade à população catarinense.Fico muito à vontade para responder este questionamento porque se tem algo que eu tenho insistido, discursado e praticado na minha história de celesquiano é resistir ao avanço das terceirizações na empresa. Os celesquianos são prova que me recusei a terceirizar a fiscalização de perdas não técnicas na agência de Blumenau. Mas não é apenas da fiscalização, não se pode sair por aí propondo terceirização como solução para tudo e esquecer que temos um corpo funcional de excelência. A melhor solução é aquela que chegamos coletivamente, ninguém é dono da verdade. Minha primeira ação concreta como diretor será reunir os empregados da área comercial de todo estado e ouvi-los. Sim, porque se centenas de trabalhadores que vivenciam os problemas no dia a dia, durante toda a sua vida profissional não têm condições de propor as melhores soluções, quem terá? Temos um belíssimo exemplo bem sucedido dessa prática, que é o Congresso dos Empregados.

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