Terceira rodada: Diretoria aposta no embate

A terceira rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 23/24 dos empregados da Celesc foi realizada nesta sexta-feira, dia 8. A reunião novamente teve um início ruim, com a Diretoria reafirmando o ataque à estrutura sindical e fortalecendo os indícios de que pretende enfraquecer a resistência da categoria para viabilizar a privatização da empresa.

Na mesa de negociação, a Diretoria alegou que há necessidade de comparação e adequação à realidade das empresas do setor, hoje majoritariamente privado – esquecendo, de forma conveniente, que atualmente a CELESC PÚBLICA apresenta uma série de números e índices de satisfação do consumidor muito melhores que asconcessionárias de energia que foram privatizadas, o que se traduz nos diversos prêmios conquistados nos últimos meses.

Como contraponto, a Intercel rebateu que o setor elétrico é que precisaria se adequar à realidade da CELESC PÚBLICA e que, se a empresa hoje é uma das únicas não privatizadas no país, é justamente porque há uma estrutura organizada e uma forte conexão entre trabalhadores e sindicatos, que organizam a categoria para a resistência quando verificado qualquer indício de tentativa de privatização.

Entendemos que os ataques do Presidente Tarcísio Rosa e da Diretoria da Celesc vão na contramão das promessas do Governador do Estado, Jorginho Mello, de manutenção da Celesc Pública. É urgente que o Governo de Santa Catarina tome conhecimento das contradições da Diretoria e assuma a responsabilidade de impedir que interesses privatistas tomem conta da Celesc, ameaçando não apenas os direitos dos trabalhadores, mas também a companhia enquanto empresa pública.

Se o Presidente e a Diretoria caminham em direção oposta aos compromissos assumidos pelo Governador, é necessária uma correção de rumo, com a substituição dos privatistas. Além do ataque às representações e a estrutura que defende a manutenção da Celesc Pública, a rodada foi marcada pelo não. Diversas cláusulas importantes para a categoria (mesmo com baixíssimo impacto financeiro para a empresa) foram negadas nesta rodada, a despeito dos argumentos apresentados pela Intercel.

A reivindicação pela inclusão da obrigatoriedade de reposição automática da mão de obra de trabalho na cláusula de Concurso Público – que demonstraria uma posição da Diretoria contrária à terceirização – foi negada. A Intercel reafirmou a necessidade urgente da chamada de novos empregados das listas dos concursos públicos para diversas regiões do estado e o risco que a sociedade corre de um apagão por conta da falta de pessoal.

Além disso, a empresa se recusou a negociar nesta rodada cláusulas que geram grande expectativa para os celesquianos, como as de Anuênio e de Gratificação Diferenciada de Férias, distinções que hoje geram desconforto aos trabalhadores, pela falta de isonomia. A justificativa para que esses pontos não fossem debatidos foi de que o Diretor que teria acesso aos dados que impactam nessas cláusulas já não estava presente na mesa de negociação – o que, para a Intercel, não faz o menor sentido, considerando que todos aqueles que compõem a mesa de negociação precisam estar aptos a negociar todas as cláusulas do ACT, em especial, a Diretora que estava ali presente representando a empresa.

Não dando ouvidos aos pedidos da Intercel de que fossem debatidas cláusulas econômicas, a Diretoria se recusou a entrar na pauta financeira, demonstrando que pretende estender a negociação pelo máximo tempo possível, numa clara intenção de rebaixar o ACT dos celesquianos.

Com a recusa de iniciar debates como o do reajuste salarial, a Diretoria demonstra que não respeita o trabalho de excelência dos celesquianos. Embora seu discurso em comunicados institucionais exalte o comprometimento dos trabalhadores, quando importa, a valorização da categoria através do ACT é negada. Além das seguidas rejeições de novas cláusulas, a negativa da Diretoria de avanços em cláusulas já existentes, deixa mais do que claro seu desrespeito aos trabalhadores e às trabalhadoras.

Ao término da rodada, fica evidente que a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho dependerá da mobilização dos celesquianos e das celesquianas. Somente assim poderemos enfrentar os ataques do Presidente e da Diretoria contra a força de trabalho e contra a Celesc Pública. Os sindicatos da Intercel percorrerão os locais de trabalho organizando e mobilizando a categoria para a luta em defesa de um ACT justo!

Com a recusa de iniciar debates como o do reajuste salarial, a Diretoria demonstra que não respeita o trabalho de excelência dos celesquianos. Embora seu discurso em comunicados institucionais exalte o comprometimento dos trabalhadores, quando importa,
a valorização da categoria através do ACT é negada.

Pauta de 08/09/2023:
CLÁUSULA 10ª – Benefício Mínimo à Aposentadoria: Negada. Retorna.
CLÁUSULA 16ª – Sistema de Compensação: Ok.
CLÁUSULA 18ª – Licença-Prêmio: Retorna.
CLÁUSULA 28ª – Concurso Público: Negada. Mantém ACT atual.
CLÁUSULA 32ª – Vale-Transporte: Concessão parcial. Mudança de 4,5% para 4%. Inclusão do
parágrafo 3°, com modificações.
CLÁUSULA 35ª – Liberação de Dirigentes Sindicais: Propõe redução. Retorna.
CLÁUSULA 36ª – Progressão Salarial: Negada.
CLÁUSULA 38ª – Adicional de Penosidade: Negada. Mantém ACT atual.
CLÁUSULA 42ª – Lojas de Atendimento: Retorna.
CLÁUSULA 46ª – Covid-19: Retorna.
CLÁUSULA 52ª – Gratificação Ajustada: Negada.
CLÁUSULA 53ª – Gratificação 25 anos: Ok.
CLÁUSULA 57ª – Quadro de Dotação: Negada.
CLÁUSULA 59ª – Home-Office: Negada.
CLÁUSULA 62ª – Assistência Jurídica: Negada.
CLÁUSULA 63ª – Atendimento Assistencial: Negada. Propõe criar GT.
CLÁUSULA 64ª – Coworking: Negada.
CLÁUSULA 65ª – Espaço de Descompressão: Negada.
CLÁUSULA 66ª – Anuidade dos Conselhos de Classe: Negada.
CLÁUSULA 69ª – Adicional de Coordenador de Linha Morta: Negada.
CLÁUSULA 70ª – Adicional para Equipes Pesadas de Manutenção: Negada.

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