Sinergia: mais de seis décadas de lutas e desafios

Uma grande história com avanços e conquistas, construída por muitas mãos

Há 62 anos, em 27 de setembro de 1961, era fundado oficialmente o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Florianópolis e Região para defender direitos e interesses coletivos dos eletricitários e das eletricitárias.

O Sinergia foi e continua sendo, desde o início, construído por pessoasque se dedicam a mantê-lo como frente de defesa dos trabalhadores, que constituem o maior patrimônio de qualquer empresa: “Um antes de mim, e um depois de mim”, ouvia Mário Jorge Maia, o “Marinho”, do ex-diretor do Sinergia Mauro Passos, que o antecedeu nas lutas. Há 32 anos ele atua como dirigente sindical. Dessa experiência, tira uma filosofia de ação: “É fundamental ser responsável, mas com alegria; temos enfrentamentos, mas que podem ser feitos sempre com um sorriso”.

Marinho, agora aposentado, mas ainda na luta pelos direitos do trabalhador, fala com carinho dos projetos culturais como o “Meia Hora” e do “Concurso Conto e Poesia”: “Lembro da construção de um barco que fizemos ‘voar’ no lançamento de uma das edições do Concurso. A gente sonhava com isso, com esses eventos, e isso fica marcado na memória dos trabalhadores. Seja uma peça de teatro ou algo assim… isso marca mais do que meia hora de discurso de qualquer dirigente”.

História – Fundado três anos antes do início do período de ditadura militar no Brasil (1964), o Sinergia persistiu e, resiliente, enfrentou diversos ataques políticos ao longo desses anos.

Roseni Rodrigues, a Rose, que já dedicou 13 de seus 46 anos de vida ao Sinergia, trabalhando em serviços gerais, na organização da casa ou no preparo daquele cafezinho, se enche de carinho para falar do sindicato: “Aguenta firme, cê já passou por perrengues, lutas, períodos de ditaduras e repressões. Você pode ir muito longe, mais do que isso!”, diz, como se falasse a um grande amigo.

Na prática, o Sinergia significa mais que um trabalho para ela: “É uma família. Eu me sinto confortável em vir trabalhar. Tem a questão de trabalho, mas se sentir acolhida e pertencente, essa é a busca de um trabalhador”.

A filiação ao seu sindicato foi a primeira coisa que fez: “Eu já tinha base política, mas não o conhecimento de sindicato. Uma colega, hoje aposentada, me passou a ficha para me filiar ao sindicato dos sindicatários. Eu não compreendia a organização do sindicato que me representa (Sindes), mesmo trabalhando em um sindicato. Quando você filia, você contribui para a luta”.

Maria Eliete da Silva, a “Detinha”, também tem uma grande trajetória no sindicato – são 29 anos de trabalho, começando como faxineira, depois telefonista e, hoje, secretária: “O Sinergia é uma escola e uma família. Aqui aprendi o que era lutar por um mundo melhor. Eu tive muito apoio, professores bons, muita energia, e participei de muita luta. Saber o significado disso tudo para mim foi muito importante”. Detinha viu e viveu muita coisa nessas quase três décadas de sindicato, mas um momento marcante foi a luta contra a privatização da Eletrosul: “O abraço que demos no prédio com funcionários, movimentos sociais, o MAB, o MST, foi um momento lindo porque sentimos a força da coletividade e da união entre todos os presentes”.

O sentimento de Detinha é compartilhado por Cecy Marimon, dirigente do Sinergia há dez anos. Para a pedagoga, o sindicato tem sido um grande espaço de aprendizagem: “Eu havia sido dirigente sindical no Cpers Sindicato, e aqui tenho aprendido muito sobre o Setor Elétrico e a importância das empresas estatais para manter a soberania nacional”. Ela lembra que, após o golpe de 2016, com o impeachment e a saída de Dilma, o governo Temer começou um ataque à previdência e à legislação trabalhista. No Carnaval de 2017, ela participou de uma campanha contra essa reforma, em que houve distribuição de leques na rua, com o mote “Tire a mão da nossa aposentadoria”: “Foi uma bela experiência, uma demonstração de que é possível fazer a
luta com alegria”.

Confira algumas manifestações nessa data tão especial para todas as trabalhadoras e trabalhadores do setor de energia da Grande Florianópolis: “Desejo longa vida, saúde financeira e fortalecimento de filiações para que o Sindicato continue representando bravamente eletricitários e eletricitárias nas lutas corporativas e sociais, tanto na cidade quanto no País”. Cecy Marimon Gonçalves, dirigente do Sinergia.

“Gratidão. Gratidão por todas as conquistas, todas as lutas e pela resistência – palavra que define todos os trabalhadores representados pelo Sinergia. Fosse uma pessoa, daria um forte abraço apertado e diria: gratidão!, essa é a palavra de luta e resistência dessa entidade”. Mário Jorge Maia, dirigente do Sinergia “Jamais jogue seus sonhos fora. Nunca desista. Tenha força. É um sonho de luta, de grandeza, de igualdade”. Maria Eliete da Silva, trabalhadora do Sinergia.

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