Resistência, do início ao fim

Negociação foi permeada por postura de total desrespeito com direitos da categoria

Quem compara o início desta negociação com o resultado aprovado em assembleias, sabe que a grande luta foi de resistência diante dos ataques da Diretoria. Garantia de Emprego, Plano de Saúde, auxílio-alimentação, reajuste salarial, progressão do PCS, organização sindical e uma série de outros pontos garantidos pelo ACT foram duramente atacados.

A estratégia da Diretoria parecia muito clara: enquanto o presidente da empresa se escondia de sua responsabilidade, a Diretora de Gestão personificava a instransigência e o ódio contra os trabalhadores na mesa de negociação. Para a Garantia de Emprego, a proposta era dar à esta administração o poder de demitir indiscriminadamente trabalhadores.

Na prática, um poder destes para quem já se mostrou intransigente e vingativo, seria o princípio de uma caça às bruxas na Celesc e a retomada da perseguição política institucionalizada. Aliás, esta proposta demonstra como de técnica esta diretoria não tem nada: recorre aos mesmos mecanismos de perseguição e intimidação da “velha politica” que tanto critica.

Para o Plano de Saúde, a proposta era impor a alteração do direito sem debate com os trabalhadores, imputando um aumento que inviabilizaria a proteção à saúde de muitos trabalhadores, principalmente os aposentados. Ou seja, além de ser antidemocrática, a proposta tratava aqueles que construíram a Celesc como descartáveis. A proposta para a organização dos sindicatos era a chave para “quebrar” a categoria e encaminhar a destruição dos direitos.

Reduzindo de 17 para 6, a Diretoria buscava impedir o acesso dos trabalhadores ao sindicato. Como em um teatro do absurdo, a Diretora tentou inverter a pauta e não negociar as reivindicações da categoria, mas sim impor as retiradas de direitos.

Desrespeitando a categoria, chegou a ameaçar abandonar a negociação. A administração encaminhou e-mail ameaçando os trabalhadores que decidiram paralisar as atividades em repúdio às atitudes da Diretoria. A ameaça apenas mobilizou ainda mais a categoria. Foi com a união e a forte mobilização que os trabalhadores quebraram a intransigência da empresa, forçando avanços na negociação.

Com a rejeição de uma proposta que ainda atentava contra direitos fundamentais, a categoria demonstrou, novamente, confiança nos sindicatos que realmente lutam em defesa dos trabalhadores. Ao final desta data-base, os celesquianos conseguiram defender seus direitos de uma Diretoria que não respeita os trabalhadores.

A negociação deste ano demonstra que, cada vez mais, é preciso união dos trabalhadores e fortalecimento dos sindicatos. Diretoria são passageiras, mas a luta dos trabalhadores nunca termina.

Foi com a união e a forte mobilização que os trabalhadores quebraram a intransigência da empresa, forçando avanços no ACT.

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