#privatizarfazmalaobrasil: Governador de Goiás critica empresa privada de energia: “Calvário”

Enel e Equatorial receberam várias reclamações pela péssima qualidade dos serviços prestados ao povo goiano

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), que em 2022 chamou de “criminosa” a privatização da companhia de energia de seu estado (a CELG-D), endureceu o discurso contra a Equatorial Energia. A Equatorial adquiriu o controle da Enel no final de 2022 que, por sua vez, havia adquirido a CELG-D em 2017 e não vinha conseguindo cumprir as metas estabelecidas pela agência reguladora após a privatização.

Ocorre que a Equatorial também vem deixando a desejar no fornecimento de energia ao povo goiano, o que motivou uma chamada de atenção de Caiado ao presidente da Equatorial, em reunião em setembro. Na ocasião, o governador afirmou que precisa “de respostas e soluções reais. Não esperamos uma vara de condão para resolver magicamente todos os problemas, mas queremos investimentos, planejamento diante de mudanças climáticas, transparência e melhor comunicação com os goianos”. A Equatorial justificou que as quedas de energia frequentes em todo o estado “se dão por conta da onda de calor”.

Em entrevista ao portal Metrópoles, no final de outubro, Caiado reafirmou o descontentamento com a privatização da CELG: “isso tem sido o meu calvário.

Nada tem penalizado mais o estado de Goiás desde que entrei do que a falta de energia elétrica. Você vê uma empresa como a CELG, era a maior empresa do Centro-Oeste. Ela foi tão corrompida, assaltada, dilapidada, roubada, que chegou num ponto que foi vendida por um bilhão e cem milhões de reais”. Questionado se a privatização foi uma boa decisão, Caiado respondeu que “foi a pior do mundo (…) Você tem que ter a estatal para ter um estado em crescimento como Goiás”.

O governador explicou que a CELG foi privatizada em 2017, quando foi vendida para a Enel, e “a Enel não deu conta de cumprir o contrato, depois de prejudicar Goiás por cinco anos”. E que a Equatorial afirma que não consegue resolver o problema de uma hora para outra, pois o sistema de distribuição está caótico: “Eu chamei [a Equatorial] e perguntei: e daí? Você sabe que todo ano tem chuva, vento, seca, tem noção certinha das estações do ano e o que não pode é ampliar essa dificuldade para o cidadão (…) O mais importante é que o estado perdeu a capacidade de poder ser orientador do desenvolvimento e poder responder a demanda da população. Eu não mando mais na capacidade de fornecimento de energia no meu estado. Acabou”.

Questionado se há solução para o problema, Caiado respondeu que “não há solução. (…) É uma empresa, você vai falar com ele, ele diz que está investindo. Ele diz que tem uma regra, que vai diminuir a frequência da queda, diminuir a duração do apagão, aí você mede a frequência e a duração… eu já virei professor nisso. Isso é um calvário o tempo todo e não se tem um investimento de monta capaz de atender ao estado de Goiás”.

O desabafo do governador goiano serve de lição aos privatistas de plantão: tanto Enel quanto Equatorial, ambas privadas, têm recebido muitas reclamações da população de Goiás e multas do Procon estadual. O discurso de Caiado reforça a tese de que energia é um tema fundamental e estratégico para o estado brasileiro e que não pode ficar nas mãos de empresas aventureiras sem compromisso com o desenvolvimento, crescimento e bem estar da população.

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