Não existe almoço grátis!

Sindicatos da Intercel percorrem as bases para esclarecer confusão que diretoria da Celesc fez sobre proposta de mudanças no Plano de Saúde

“Não existe almoço grátis”, “quando a esmola é demais, o santo desconfia”, “nem tudo o que reluz é ouro”: estas foram algumas das expressões que dirigentes da Intercel receberam da categoria via whats app no dia 3 de maio, quando a direção da Celesc enviou para os trabalhadores a história em quadrinhos contando sobre “a chegada de um novo plano de saúde”, com dezenas de benefícios e custo de apenas um real.

Os sindicatos estranharam a manifestação da empresa e a cobrança da diretoria para que o plano logo fosse aprovado, numa pressa jamais vista em qualquer negociação. A grande verdade é que ainda não havia “a chegada de um novo plano de saúde”. Sindicatos da Intercel ainda estavam em fase de negociação com a diretoria da Celesc e ainda havia vários pontos divergentes e dúvidas a serem elucidadas.

Uma vez que os sindicatos atuam para defender os direitos da categoria, a Intercel logo se reuniu com seu corpo jurídico e com sua assessoria econômica e fez a análise, cláusula a cláusula, de maneira minuciosa, tentando encontrar pontos que poderiam “colocar água no chopp” dos trabalhadores num futuro próximo. De fato, ainda existiam brechas que poderiam ser cruciais na manutenção e sobrevivência do plano de saúde a médio prazo.

Feita essa análise, a Intercel pediu nova reunião com representantes da diretoria da Celesc. A reunião aconteceu na terça-feira da semana passada, dia 10, conforme Boletim da Intercel 178 divulgado por e-mail a toda a categoria. Na reunião, a representação da direção da empresa mostrou-se surpresa e não soube responder pontos chave da proposta de texto enviada para a Intercel, como, por exemplo, as garantias de que os aportes financeiros seriam suficientes ou garantiriam, em 24 anos, a sobrevivência do plano.

Outros pontos periféricos também foram discutidos, sem respostas precisas, o que indica que a proposta divulgada aos trabalhadores pela empresa era inconsistente. Os sindicatos da Intercel não podem levar para apreciação da categoria uma proposta de nova modalidade de plano de saúde sem garantias. Não podem levar para aprovação em assembleia uma proposta em que restem dúvidas de dirigentes sindicais e, pior ainda, dos próprios representantes da diretoria da Celesc.

Os sindicatos têm consciência da necessidade urgente de uma nova modalidade de plano de saúde que seja viável para os novos trabalhadores, especialmente aqueles e aquelas admitidos após 2017. Mas não se pode, nessa tentativa de afobação promovida pela direção da Celesc por meio da história em quadrinhos e “do conto da carochinha”, “colocar o carro na frente dos bois” e levar para aprovação uma modalidade que pode acabar com o plano de saúde de toda uma categoria, o que envolve não apenas trabalhadores novos, mas também os com mais tempo de casa e até mesmo aqueles e aquelas que já estão aposentados. Os sindicatos têm responsabilidade com toda a categoria pois, ao contrário da diretoria da Celesc, são perenes, permanecem independente de mudanças de governo.

Nos últimos dias, os sindicatos da Intercel percorreram as bases e dialogaram sobre esses entraves na negociação sobre a nova modalidade de plano de saúde da Celesc. A categoria compreendeu que “apressado come cru” e que “não existe rosa sem espinho”. Fique atento(a) as cenas dos próximos capítulos.

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