Linha Viva 1500: a história dos eletricitários está nas páginas do Linha Viva

Em mais de 30 anos, jornal dos eletricitários retrata trabalhadores como protagonistas da história

Um texto do escritor uruguaio Eduardo Galeano conta a história do esquecimento do 1º de maio. Em certo momento, conta que ele se deparou com um cartaz, em uma livraria de Chicago, que trazia o ditado: “Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador”. Essa frase é imporante, ela traduz a necessidade de um jornal dos trabalhadores.

Da mesma forma, um dos maiores estudiosos da comunicação sindical, Vito Gianotti, falava que os grandes jornais não abrem espaço para a luta dos trabalhadores por um único motivo: por que eles não são burros. A luta dos trabalhadores não interessa aos patrões e os grandes jornais estão todos a serviço deles.

O Linha Viva é não só um mobilizador da categoria. As páginas do jornal carregam a história política da categoria e da luta dos trabalhadores. Se os trabalhadores devem ser os responsáveis pela construção de sua própria história, devem, também, ser inteligentes para registrá-la. A memória é fundamental.

Mais importante do que registrar a história, é preciso fazê-la chegar às novas gerações de trabalhadores e trabalhadoras porque, com certeza, eles serão parte da história e construirão as lutas dos eletricitários catarinenses. E eles farão a luta com base na história. Um outro ditado diz: um povo sem memória é um povo sem futuro”.

Está gravada nas paredes do Estádio Nacional do Chile, onde uma das saídas, utilizada como cárcere durante a ditadura, foi mantida intacta para que ninguém esqueça. Em 2020, uma parte da nossa história ficou suspensa.

A pandemia de COVID-19 tirou o Linha Viva de circulação. Com a impossibilidade de percorrer os locais de trabalho, entregar o jornal em mãos e conversar com a categoria, o jornal foi suspenso, e no espaço que ficou, a informação chegou aos eletricitários através dos boletins da Intercel e da Intersul.

Aos poucos, fomos retomando e o jornal voltou a circular nos locais de trabalho, há poucos meses. Com 06 edições publicas neste ano, batemos mais um marco. O Linha Viva chega hoje ao número 1500, em 33 anos de história.

É, sem dúvida nenhuma, o jornal sindical mais longevo da história brasileira. Um marco da organização dos trabalhadores eletricitários catarinenses, surgido na necessidade de informar, mobilizar e registrar a memória. Em mais de 30 anos, registramos nas páginas do Linha Viva várias lutas das quais os trabalhadores foram os protagonistas.

Fizemos mobilizações, lutamos em defesa dos direitos, ocupamos reuniões de Conselhos de Administração, lotamos várias vezes a assembleia legislativa, fizemos greves. Contamos e construímos essa história de forma coletiva. E esse é o papel de um jornal dos trabalhadores.

“Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador”. Essa frase ela é importante, ela traduz a necessidade de um jornal dos trabalhadores.

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