Jornal impresso e presente sempre

Como o fechamento dos maiores jornais diários de Santa Catarina impacta o LV

Apenas um ano após comprar as atividades jornalísticas da RBS em Santa Catarina, o grupo NSC anunciou o fechamento dos maiores jornais diários do Estado e o fechamento do parque gráfico responsável pela impressão e distribuição no estado. Com um discurso de modernização, o que a NSC esconde é o impacto direto sobre a produção jornalística em um estado já dominado pelo monopólio.

Com o fechamento do Diário Catarinense, A Notícia e Jornal de Santa Catarina, o estado não tem nenhum jornal diário de grande circulação. Substituídos por revistas semanais de atualidades, as notícias factuais ficam relegadas ao portal na internet. A evolução é inevitável, dizem. Entretanto, travestida de modernidade, o que existe é a demissão imediata de 26 jornalistas e de um número incalculável de trabalhadores responsáveis pela impressão e distribuição dos jornais. Indiretamente, mais demissões: entregadores de jornal chegaram a não distribuir a última edição em algumas cidades, em protesto pelo corte abrupto.

Apesar das inevitáveis críticas à linha política dos veículos da NSC, o impacto de seu fechamento é muito ruim para o debate político. Porque, com o fechamento do parque gráfico, finda também uma parte da história do jornal Linha Viva. Editado desde 1988, o jornal dos eletricitários teve sua impressão e distribuição “casada” com o Diário Catarinense. Agora, procuramos outra casa para que nossas palavras cheguem às mãos de todos. Neste período de ajustes, o desafio é manter a distribuição e o acesso dos trabalhadores às notícias.

Apesar das insistentes vozes que apontam o caminho da internet como o rumo natural do jornal dos eletricitários, a Intercel continuará a editar, imprimir e distribuir o Linha Viva aos trabalhadores eletricitários. Jornal é um instrumento político onde, mais do que contar a história e guardar a memória das lutas dos trabalhadores, nós fazemos a disputa ideológica. Jornalismo sempre teve lado. E o Linha Viva continuará ao lado – e nas mãos – dos trabalhadores.

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