Entrevista: Mário Jorge Maia, coordenador do Sinergia no último triênio

Atual Coordenador do Sinergia encerra mandato na próxima sexta-feira, 14 de abril

No dia 14 de abril, Mário Jorge Maia, o Marinho, entrega a Coordenação do Sinergia a Tiago Vergara, eleito para a função pelos próximos três anos. Na entrevista abaixo, Marinho faz um balanço da sua gestão à frente do Sinergia e deixa um recado a trabalhadoras e trabalhadores que estão ingressando hoje nas empresas de energia.

LV: Qual o balanço desses três anos como Coordenador do Sinergia?

Marinho: A defesa da vida e saúde da classe trabalhadora na pandemia, além da adaptação a novas formas de atuação e ferramentas, mantendo a atuação e comunicação com a base mesmo com exigências do isolamento foram desafiantes. A crise sanitária da Covid-19 exigiu intensificação da atuação dos sindicatos para assegurar direitos e condições de saúde aos trabalhadores. Nossa primeira ação foi negociar com as empresas o direito à vida e à saúde. Como não houve acordo, procuramos assegurar através da Justiça. A primeira constatação foi o papel fundamental do sindicato, já no início da pandemia, para assegurar a adoção do home office aos trabalhadores e o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s, entre outras medidas. Recebemos denúncias de falta de máscaras, álcool e aglomerações. Além do desafio de garantir proteção à saúde dos trabalhadores, o Sinergia se viu obrigado a manter a atuação e comunicação com sua base mesmo com as exigências do isolamento, pois muitos negacionistas não queriam usar máscara ou se vacinar, trazendo conflitos nos locais de trabalho, onde foram orientados a usarem o direito de recusa. O sistema de atuação online foi utilizado para negociações coletivas, algumas vezes de forma híbrida. Assembleias para apresentação de propostas e deliberações, bem como consultas para formação de pautas, votações e reuniões com dirigentes da Celesc foram realizadas nesse formato. A participação dos trabalhadores nas assembleias e votações foi semelhante à participação nas votações presenciais. Após várias negociações com as empresas, os sindicatos celebraram um ACT em que se previa a renovação e manutenção dos direitos sem perdas, direitos e benefícios estipulados no acordo já vigente, preservando, em termos salariais, a reposição inflacionária.

LV: Quais os maiores desafios você acredita que a nova Diretoria do Sindicato enfrentará no próximo período?

Marinho: Os desafios para o Sinergia e sua base estão postos no planejamento da nova gestão, isto é, a luta pelos direitos mais gerais no tocante a direitos sociais, mantendo interação com movimentos sindicais, sociais e populares internacionais, nacionais e municipais. As questões corporativas, como a reestatização da Eletrobras, contra a privatização da Celesc, manutenção dos direitos conquistados e ampliando a busca pela revisão dos PCSs, planos de saúde, isonomia etc.

LV: Com a experiência de quase 50 anos atuando como eletricitário, como empregado da Celesc e dirigente sindical, que mensagem você deixa aos trabalhadores que estão ingressando hoje na categoria?

Marinho: Primeiramente, se reconhecer como trabalhador e saber que temos lado, o lado da classe trabalhadora. Depois, ter unidade para construir com o Sinergia a bandeira da Democracia, do Respeito, da Igualdade e combater as formas de discriminação, lutar coletivamente na busca por uma sociedade mais justa e igualitária, com acesso aos bens públicos com qualidade e mais baratos. Por fim, a necessidade de luta contra a precarização, por dignidade no ambiente de trabalho. É imprescindível que a categoria se filie ao sindicato, para que a gente mantenha essa luta e essa construção de direitos que sempre buscamos e a representatividade que o sindicato tem perante a categoria.

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