Deslegitimar o golpe

Nenhum trabalhador deve participar da eleição para Diretoria Comercial da Celesc

No final de 2019 o Conselho de Administração validou um golpe articulado pela presidência da Celesc contra o mandato do Diretor Comercial. Eleito em 2018 para um período de três anos, Antônio Linhares teve o mandato cassado por conta de uma interpretação mirabolante da administração da empresa. À época, os sindicatos da Intercel manifestaram aos trabalhadores os perigos do golpe e a necessidade de defender o o mandato eleito.

Ao mesmo tempo que questionamentos judicias seriam feitos, era preciso derrotar o golpe. A intenção era dar um contragolpe, referendando o nome do Diretor Eleito em nova eleição e garantindo a conclusão dos dois anos que foram cassados, através do voto. Entretanto, 2020 iniciou com um novo cenário.

Questionando a cassação do mandato judicialmente e pressionado por um processo antiético que ameaçava o direito de ingresso ao Plano de Demissão Incentivada (PDI) ao fim de seu mandato, Linhares desistiu da eleição, afinal de contas, participando de um pleito que considera ilegal e que contesta na justiça, ele estaria o validando.

E este é o grande ponto da eleição. É preciso deslegitimar este processo de golpe. É preciso reafirmar que a eleição é uma fraude e este é um processo político que terá impactos diretos na luta pela manutenção da Celesc Pública. Infelizmente, vaidades e desejos pessoais parecem cegar alguns trabalhadores e cada um dos 6 empregados que se inscreveram em um processo ilegal e antidemocrático estão dando suporte à uma administração que busca destruir direitos dos celesquianos e privatizar a maior estatal catarinense.

Não há como acreditar em boas intenções neste processo e por isso, não há possibilidade de voto nesta eleição. Assim como os diretores de Geração, Distribuição e Assuntos Jurídicos e Regulatórios, que dão suporte à agenda de violência contra os trabalhadores e contra a empresa pública, cada um dos candidatos desta eleição entra no grupo dos traidores dos celesquianos.

Os sindicatos da Intercel estão percorrendo os locais de trabalho orientando os trabalhadores a não participarem da eleição. Ao não irem às urnas, os trabalhadores declaram o repúdio a um processo viciado desde o princípio. Não votar também é um direito e, neste caso, é um recado estrondoso àqueles que desrespeitam os trabalhadores.

Recentemente, a Comissão Eleitoral lançou um comunicado aos trabalhadores tentando justificar e dar uma aparência democrática ao processo, incentivando a participação na eleição. Segundo denúncia de trabalhadores, a manifestação da comissão, composta por chefias indicadas pelos mesmos diretores que articularam o golpe) se deu após reunião com o presidente da Celesc em exercício, Fábio Valentim.

Aliás, Valentim, que ficou marcado por trair os trabalhadores, incentivar o enfrentamento e judicialização do ACT e dar o parecer jurídico que sacramentou o golpe na DCL, recebeu a presidência nas férias de Cleicio como compensação pelos serviços prestados contra os celesquianos ao longo do último ano. Agora, aparentemente utiliza o status de presidente para interceder junto à Comissão Eleitoral e tentar convencer os celesquianos a votar neste processo ilegal.

O golpe dado no mandato do Diretor Comercial aponta para um golpe ainda mais perigoso: a cassação do mandato do representante dos empregados no Conselho de Administração, enfraquecendo a resistência dos empregados e abrindo o caminho para a privatização da Celesc. É fundamental que os trabalhadores se unam e repudiem a eleição. Não votar é defender a Celesc Pública!

Ao não irem às urnas, os trabalhadores declaram o repúdio a um processo viciado desde o princípio. Não votar também é um direito e, neste caso,
é um recado estrondoso àqueles que desrespeitam os trabalhadores.

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