Celesc: pode ir, EDP

CEO da EDP diz que empresa pode deixar a Celesc se estatal não for privatizada

Nesta terça-feira, dia 22, a colunista Estela Benetti reproduziu uma manifestação do CEO da EDP Energias do Brasil, João Marquez da Cruz, afirmando que a acionista minoritária poderia deixar a Celesc caso a empresa não fosse privatizada. A cruzada privatista de João Marquez da Cruz tem sido intensificada, com declarações públicas cobrando um avanço do Governo na venda da maior estatal catarinense. Pior do que as manifestações insistentes, é a pobreza de argumento e as mentiras que o CEO da EDP continua a utilizar, como forma de tentar convencer a população de que a privatização é boa.

Se antes o argumento era uma ilusória melhoria no serviço prestado à população e uma mentirosa redução no preço da energia, agora é o combate ao comunismo que move a busca pela privatização da Celesc. “Questionado sobre vantagens que a população catarinense teria com a privatização da Celesc, o executivo afirmou que seria a mesma vantagem que o povo da Coreia do Norte teria se a economia do país fosse privatizada. Segundo ele, o mundo escolheu um modelo de funcionamento em que as empresas são privadas e a regulação é feita pelo setor público. Foi isso que o Brasil escolheu também, o que não é o caso de países como a Coreia do Norte, Venezuela e Cuba”.

A tragicômica manifestação tenta, descaradamente, se aproveitar da polarização política no Brasil. Venezuela, Cuba, Coreia são, na loucura de Marquez Cruz, os malignos comunistas, enquanto a EDP é a democrática representação capitalista que vai salvar o mundo. Parece um meme que circula nos grupos de “tiozão do zap”. Irônico pensar que Marquez Cruz utilize o comunismo como vilão a ser batido através da privatização quando a empresa que representa é uma empresa que tem o capital estatal chinês como controlador. Para estimular a teoria da conspiração, talvez o próprio Marquez Cruz seja um agente comunista luso-chinês buscando comprar o patrimônio público de todos os países do mundo para iniciar uma ampla revolução comunista global. Ridículo, não é? Pois é, mas é nessa linha de absurdo que Marquez Cruz transita.

A verdade é que, em todos os comparativos, a manutenção da Celesc Pública é melhor para a população de Santa Catarina. A empresa, com controle estatal, tem a MENOR tarifa de energia elétrica de todo o Brasil. Figura sempre entre as MELHORES no atendimento à população na avaliação dos próprios clientes. E, no comparativo com as distribuidoras de energia administradas pela EDP, a Celesc está muito à frente em todos os pontos. Aliás, menos em um: no lucro distribuído aos acionistas.

No fim das contas, esse é o ponto. A busca pela privatização é a busca por mais lucro em detrimento ao bom atendimento prestado à população. Então, se a EDP quer ir embora da Celesc se não puder lucrar mais com a privatização, que vá. A Celesc permanecerá pública, atendendo à sociedade catarinense com qualidade, responsabilidade e, com certeza, muito melhor do que a EDP jamais fará.

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