Ampliação da terceirização preocupa celesquianas e celesquianos

Última reunião do Conselho de Administração, em dezembro, foi um banho de água fria na categoria

A reunião do Conselho de Administração da Celesc de 14 de dezembro, que poderia aprovar o orçamento da empresa para 2024, teve um elemento extra durante a sua realização: celesquianas e celesquianos de todo o estado participaram de uma manifestação na sede da Administração Central, concomitante ao horário da realização da reunião do Conselho. O objetivo era demonstrar a insatisfação da categoria com a proposta de orçamento da empresa, que aumenta a terceirização e não recompõe o quadro de pessoal próprio da Celesc, precarizando o atendimento à população, ocasionando a queda da qualidade dos serviços prestados e a consequente pressão popular pela privatização da Celesc.

Mesmo com o protesto dos trabalhadores do lado de fora da sala onde era realizada a reunião do Conselho em 14 de dezembro, a Diretoria manteve a proposta privatista. Para piorar, a Diretoria tentou sabotar a representação dos empregados e o debate dentro do Conselho, protelando o envio de informações que demonstram a defasagem do quadro e os riscos para a Celesc Pública. Diante da situação, o Representante dos Empregados no Conselho de Administração, Paulo Horn, pediu vistas da documentação, impedindo a aprovação do orçamento.

Desta forma, uma nova reunião foi marcada para tratar do assunto no dia 20 de dezembro. De acordo com o relato no Boletim do Conselheiro nº 51, “o que o orçamento aprovado pelo Conselho faz é formalizar a precarização do atendimento à sociedade”.

O orçamento foi aprovado com voto contrário da representação dos trabalhadores que registrou em ATA: “Na parte operacional, o detalhamento apresentado pela Diretoria demonstra uma ampla defasagem do quadro de pessoal próprio, em especial nos cargos de atendimento comercial e na operação da atividade-fim da empresa, o que coloca em risco a prestação do serviço público e o cumprimento dos indicadores da concessão da Celesc Distribuição.

Aliada à decisão de não considerar um orçamento de recomposição do quadro de pessoal próprio, a recusa em propor a continuação de um Plano de Demissão Incentivada no exercício de 2024 ignora os ganhos financeiros e econômicos para a companhia e os ganhos para recomposição do quadro de pessoal dentro de limites de cobertura regulatória, o que evidencia uma política proposital de redução constante e consciente do quadro de dotação que busca precarizar o atendimento à sociedade, gerando, danos à integridade física, saúde e segurança de trabalhadores e à magem da companhia”.

O registro conclui: “Desta forma, por entender que a proposta não compreende um projeto para a Celesc como empresa pública, aprofundando riscos operacionais, financeiros e de cumprimento do contrato de concessão, voto contrário à proposta de orçamento 2024-2028”.

A categoria precisa ter consciência de que, não havendo mudanças no rumo da atual Diretoria da Celesc, a qualidade dos serviços poderá cair. É importante que trabalhadores e trabalhadoras sigam mobilizados para, a qualquer momento, participarem de novos atos em defesa não só da manutenção da Celesc Pública, mas pela manutenção da qualidade dos serviços que vem sendo reconhecida há anos pela sociedade catarinense.

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