Setor elétrico: política de Bolsonaro gerou suposta “crise hídrica”

Estudo do MAB revela que em 2020 as barragens verteram muita água sem gerar energia

Diferentes cidades do Brasil tiveram nesta segunda-feira (27) protestos contra o aumento da tarifa de energia elétrica para a população. Em alguns casos, a conta de luz de famílias de periferias do país chegou a R$ 1.000 e o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) já recebeu mais de 40 mil reclamações de usuários.

De acordo com artigo recente, publicado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e os agentes empresariais que controlam o setor elétrico nacional mentem sobre as razões da crise atual. Segundo o MAB, o volume de água que entrou nos reservatórios das usinas hidrelétricas no último ano não foi transformado em energia.

Os dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) revelam que o volume de energia produzida por hidrelétricas ficou em 47.300 MW médios, ou seja, 4.250 MW médios abaixo da quantidade de água que entrou nos reservatórios no mesmo período, o equivalente a 51.550 MW, ou seja, é como se uma usina de Belo Monte inteira deixasse de gerar energia.

O “discurso da crise hídrica” esconderia o fato de que os reservatórios foram esvaziados em 2020 quando o consumo nacional de eletricidade diminuiu uma média de 10%. Com o aumento da demanda em 2021 e diante da escassez da energia, a tarifa explodiu. “Toda essa água vertida poderia ter sido armazenada ou transformada em energia, sem aumento dos custos. Mas não foi o que aconteceu. Os donos das hidrelétricas não perderam dinheiro com isso, pois o chamado déficit hídrico é cobrado integralmente nas contas de luz da população”, apontou o estudo realizado pelo MAB.

O governo autorizou diversos reajustes que já ultrapassam 50% de aumento nas Bandeiras Tarifárias de Energia Elétrica. Essas medidas obrigarão o povo a pagar R$ 14,20 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumido ao mês. Por hora essa cobrança valerá até abril de 2022″. Esse valor arrecadado obviamente será destinado para as próprias empresas do setor elétrico, e para subsidiar os grandes consumidores (grandes empresas que consomem muita energia). Isso pode ser classificado como roubo.

Obriga o povo trabalhador a pagar caro para passar o dinheiro para as próprias empresas de energia e subsidiar as grandes indústrias que já lucram muito. Enquanto isso, a Capitalização da Eletrobras está andando 100% no prazo, é o que dizem os meios de comunicação ao comentar o cronograma do Governo.

A Eletrobras já contratou os Bancos para somar aos esforços de um consórcio que já trabalha com o BNDES para estruturar o modelo da desestatização. Essa grande crise no setor, que podemos chamar de caos, na verdade é fruto de própria política do governo para criar um ambiente de escassez de água e pouca geração de energia hidroelétrica.

Com isso, justificando a explosão nas tarifas, penalizando o povo que paga e não tem escolha de qual energia quer comprar e enchendo de dinheiro os grandes empresários que atuam no setor de energia e grandes industrias que consomem energia subsidiada. Não é o povo que deveria pagar essa conta.

O povo brasileiro é vítima da pilhagem das grandes empresas, do capital financeiro e do seu próprio governo. É urgente mudar a política vigente no setor elétrico. Só com muita mobilização popular será possível, isso passa pela derrota de Bolsonaro e sua política econômica.

Toda essa água vertida poderia ter sido armazenada ou transformada em energia, sem aumento dos custos. Mas não foi o que aconteceu. Os donos das hidrelétricas não perderam dinheiro com isso, pois o chamado déficit hídrico é cobrado integralmente nas contas de luz da população, apontou o estudo realizado pelo MAB.

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