Quarta rodada: mesmo com forte mobilização, diretoria continua com ataques

A quarta rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 23/24 dos empregados da Celesc foi realizada nesta quarta-feira, dia 13, com os empregados paralisados nos portões da empresa, como demonstração de insatisfação com os rumos da negociação. Apesar da forte paralisação, a Diretoria da Celesc parece que ainda não se deu conta da força da categoria e segue fazendo provocações aos trabalhadores.

Já no início da rodada, a empresa ofereceu na cláusula de vale-alimentação um reajuste de 2,3%, abaixo da inflação. A justificativa da Diretoria para um reajuste tão pífio foi que, para qualquer concessão além disso, “seria necessário aplicar ajustes entre contas do orçamento”. Segundo eles, qualquer valor a maior forçaria a empresa a “fazer mudanças e cortar da carne, fazer corte de investimentos, por exemplo”.

A Diretoria da Celesc usa a lógica de que o empregado deveria tomar o risco do negócio, quando, na verdade, esse risco deve ser do acionista e não do trabalhador. A justificativa de que a empresa não poderia conceder um reajuste maior por necessidade de investimentos não faz o menor sentido, afinal de contas, para aumentar a distribuição de dividendos dos acionistas no último ano não houve nenhum problema ou restrição orçamentária.

Além da proposta financeira rebaixada, a Diretoria reafirmou o ataque a organização dos trabalhadores, mantendo sua proposta de redução do quadro de dirigentes liberados. Ao atentar contra a estrutura de defesa dos trabalhadores, a Diretoria ataca a luta em em defesa da Celesc Pública, enfraquecendo a resistência dos celesquianos na luta contra a privatização.

Por mais que a Diretoria afirme e reafirme que não há intenção de privatizar a Celesc, novamente os gestos da administração Tarcísio indicam que a empresa segue em caminho contrário às manifestações do Governador, que tem discursado pela manutenção da Celesc Pública. A quem interessa cortar direitos e conceder um reajuste abaixo da inflação, com perda do poder de compra? A única resposta possível seriam os acionistas privados, interessados em adquirir ações da Celesc e, consequemente, privatizá-la.

Ao término da rodada ficou clara a disposição dos trabalhadores para defenderem seus direitos e buscarem a valorização através de avanços no acordo coletivo. A rodada desta quinta-feira será determinante para os rumos do ACT, afinal, diante da forte paralisação em todo estado, é urgente que a Diretoria mude de postura, respeitando e valorizando os trabalhadores, os verdadeiros responsáveis pelos bons resultados e pelo atendimento de excelência que a Celesc presta à sociedade catarinense.

“Por mais que a Diretoria afirme e reafirme que não há intenção de privatizar a Celesc, novamente os gestos da administração Tarcísio indicam que a empresa segue em caminho contrário às manifestações do Governador, que tem discursado pela manutenção da Celesc Pública.”

Pauta de 13/09/2023:
CLÁUSULA 5ª – Auxílio Alimentação: Negada. Proposta de reajuste igual ao reajuste de salário, ou seja, 2,3%.
CLÁUSULA 6ª – Auxílio Babá-Creche: Negada. Proposta de manter a tabela do ACT vigente e
fazer o mesmo reajuste de 2,3%.
CLÁUSULA 9ª – Auxílio Funeral: Retorna. Proposta de reajuste do valor em 2,3%. Empresa
aceita estender benefício a filhos e filhas, na condição de dependente.
CLÁUSULA 10ª – Benefício Mínimo à Aposentadoria: Retorna. Empresa oferece reajuste pelo
IPCA.
CLÁUSULA 18ª – Licença-Prêmio: Retorna. Empresa propõe pagar a proporcionalidade em
todas as licenças-prêmio para conceder a 7ª licença-prêmio.
CLÁUSULA 30ª – Alteração de Normativas Internas: Retorna. No orçamento para o Auxílio
Empregado Estudante, empresa propõe reajuste de 13,89% (total de R$820.000) e R$550,00 por
empregado e concorda com a criação de um Grupo de Trabalho para debater regras. Quanto
à análise de acidentes de trânsito, empresa publicará nova Normativa sobre o tema. Sobre o
registro de frequência, empresa nega trazer para o ACT. Sobre o auxílio a empregados com deficiência, será discutido junto com a cláusula de PCD.
CLÁUSULA 49ª – Incentivo à Prática de Atividade Física: Negada.
CLÁUSULA 56ª – Programa Vida Viva: Negada.
CLÁUSULA 58ª – Contribuição Negocial: Retorna.
CLÁUSULA 60ª – Adicional de Linha Viva: Negada. Proposta de reajuste de 2,3%.
CLÁUSULA 61ª – Adicional de Despachante: Negada. Reajuste de 2,3%.
CLÁUSULA 67ª – Adicional Eletricista Multitarefa: Negada.
CLÁUSULA 68ª – Adicional de Construção de Redes: Negada.
CLÁUSULA 74ª – Política de Saúde Mental: Negada.

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