#No Meu Bule Não

No Meu Bule Não é uma campanha independente que tem por objetivo conscientizar a população quanto à questão do despejo das 450 famílias do Quilombo Campo Grande, em Minas Gerais através do boicote das empresas e marcas de café que se beneficiarão financeiramente desse despejo.

O que está acontecendo, afinal?

A Ação Reintegratória de Posse nº 002411188917-6 foi requerida em 2011 pela massa falida da Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (Capia), antiga administradora da Usina Ariadnópolis Açúcar e Álcool S/A. Parado na Justiça por cinco anos, o processo ganhou força após a homologação, em 2016, do plano de recuperação judicial da Capia, dezesseis anos após a falência da empresa ter sido decretada. Conhecida como Fazenda Ariadnópolis, a área é disputada desde 1998 pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), que defende sua destinação para a reforma agrária. A usina está falida. Está transitado em julgado.

O Quilombo Campo Grande

Em 20 anos, os agricultores assentados naquelas terras investiram cerca de R$ 20 milhões em estrutura e plantações. Hoje produzem cerca de 510 toneladas de café GUAIÍ por ano. O despejo também deve prejudicar a cidade, já que muitos alimentos comercializados são produzidos no quilombo.

Quem está por trás dessa atrocidade é o barão do café, o Sr. João Faria da Silva, dono de mais de 18 milhões de pés de café e um dos maiores exportadores, senão o maior, de café do país. Segundo o próprio, em entrevista publicada em sites e revistas do agronegócio e de produtores de café, empresas como a Nestlé e a Jacob’s Douwe Egberts – dona das empresas Douwe Egberts e da Mondeléz – são seus maiores compradores, donos de marcas como Nespresso, Nescafé, Caboclo, Pilão, Café Pelé, Café do Ponto, L’OR, Damasco e Senseo, entre outras. Ou seja, pode-se dizer, a grosso modo, que essas empresas vão lucrar mais ainda com esse despejo.

Existe amor e vida além das contas bancárias

Talvez essa seja uma ação solitária que não obtenha nenhum tipo de resultado concreto no que diz respeito ao despejo dessas famílias. No entanto, pode fortalecer um trabalho de conscientização do consumo de produtos que tenham respeito ao produtor rural, à origem e ao destino de suas matérias primas e de seu retorno às comunidades produtoras. Com toda a humildade, posso dizer que não sou entendedor do assunto, mas que apenas me sensibilizo com a questão. Como já colocado, talvez não dê em nada. Mas ainda é melhor do que não fazer nada.

A campanha e como participar

O chamado aqui é para que as pessoas fotografem ou façam vídeos mostrando que em suas casas cafés produzidos por empresas que compram café da Terra Forte, empresa de João Faria da Silva, não têm mais espaço na despensa, não estarão mais em suas mesas.

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