Memória Sinergia: A voz d@s que construíram essa história

Lembranças das lutas, dos avanços e das conquistas, e olhos atentos aos desafios futuros

Em 29 de setembro, na festa de 62 anos do Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis e Região (Sinergia), participaram mais de 80 pessoas, entre filiados/as, parceiros/as e amigos/as de movimentos sociais. Um momento de comemoração, com muita alegria e conversa, com partilha de relatos por ex-diretores e sindicalistas atuais.

Durante a festa, veio a cereja do bolo: o lançamento do 5º Congresso do Sinergia, na Capital, entre 1 e 2 de dezembro, com presença confirmada da economista Juliane Furno e do dirigente do MAB, Gilberto Cervinski.

Diversos participantes destacaram a importância do Congresso. “Estão todos e todas convocados a chamar trabalhadores e trabalhadoras, aposentados e aposentadas, pessoas com CNPJ, pessoas terceirizadas, todes que hoje não têm para quem se lamentar. O Sinergia tem o desafio de ampliar sua base e sua representação para voltar a ser um norte para a classe trabalhadora”, afirmou o coordenador do Sinergia, Tiago Vergara.

A ex-dirigente do Sinergia Viviani Remor lembrou da necessidade de os jovens trabalhadores buscarem filiação sindical: “Para essa garotada nova, eu digo: nós não passamos pelo pior. O pior está por vir! Precisamos derrotar, com as ferramentas que a tecnologia nos trouxe, o pensamento retrógrado, imperialista, cruel e desumano que nos cerca! Mudaremos isso com Amor, mas com MUITA luta! Porque é a luta que muda a vida. E a gente não pode nunca deixar apagar o que nos mantém vivos, que é a luz do nosso sonho”.

Ex-diretora de formação do Sinergia, Maria Margarida Sampaio lembrou de quando planejou abrir uma Intersindical para unificar os eletricitários e destacou a relevância do Congresso para o futuro da categoria: “Foi difícil, e naquele sindicato cidadão, combativo, não adiantava lutar pela nossa categoria. Precisava de muito mais. Nesse momento, com um individualismo exacerbado, uma competitividade horrível entre as pessoas, esse congresso “De Volta Para Sinergia”, tem uma missão muito importante: manter os movimentos sociais. O congresso é um momento ímpar para trazer de volta todo esse espírito – de luta muito maior”.

No evento também foi lançado o concurso “Foto Grafando a trabalhadora e o trabalhador”. O ex-diretor de cultura do Sinergia, Elton Pinheiro, enfatizou a urgência em rever preconceitos para que as ações culturais atuem como nova forma de comunicação com a classe trabalhadora: “Cheguei e vi o concurso, me orgulho desse movimento. Foi um desafio implantar a cultura no Sinergia. Essas formas de expressão eram consideradas coisas de ‘boiola’, de ‘fresco’ pela própria diretoria do sindicato. A gente tem que rever alguns conceitos e, principalmente, preconceitos. É uma nova linguagem que vem para sair desse discurso monótono, mas sempre com uma crítica social forte”. (Saiba mais sobre o concurso no site sinergia.org.br ).

O Sinergia é uma das únicas instituições não governamentais a não ter presidente. O secretário do Movimento Sem Terra (Brigada Mitico-MST), Nauro José, destacou o protagonismo dessa política: “O aprendizado que nós temos, com o Sinergia, é a sua metodologia. Foi um dos primeiros a quebrar a história da ‘presidência sindical’. O coordenador também é coordenado”.

Nauro reforçou que não há como separar os movimentos sociais: “comemorar 62 anos de um sindicato é uma grande vitória; Principalmente pela conjuntura em que vivemos. É o momento em que a união da classe trabalhadora, seja urbana ou do campo, é fundamental; nós temos que cada vez mais colocar o corte de classe na nossa luta”.

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