Acordo fechado: assembleias virtuais aprovam contraproposta da diretoria da Celesc para o ACT 2020/21

Os trabalhadores da Celesc conquistaram um ótimo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) em um dos cenários mais adversos já vistos na história das negociações coletivas da empresa. Diante de um cenário nacional de ataques aos direitos dos trabalhadores, agravado pelo impactos da pandemia de coronavírus na economia e a política de transferência das perdas para a população, além do cenário caótico na política estadual, que certamente trará impactos para a maior estatal catarinense, os celesquianos conquistaram um Acordo que mantém os direitos históricos, sem retrocessos e com avanços.

A negociação foi cercada de expectativas pela lembrança dos ataques feitos pela Diretoria da empresa aos trabalhadores durante a negociação do ACT 2019/20. As posturas violentas contra as conquistas da categoria, os ataques às representações e as ameaças intimidatórias ao direito de reivindicar que marcaram a condução daquela negociação apontavam para um processo conturbado na mesa de negociação.

Entretanto, o debate sobre a pauta de reivindicações se deu de forma muito mais cordial e respeitoso do que no ano anterior. Dois fatores foram determinantes para isso: o processo de impeachment que atravessa o Governo do Estado deixou a Diretoria da empresa fragilizada e sem condições de apostar no enfrentamento. Além disso, a substituição da diretoria de gestão corporativa trouxe para a mesa um Diretor que soube ouvir as argumentações e respeitar a pauta dos trabalhadores.

Apesar do bom clima, a negociação do ACT foi exaustiva. Se sobrava cordialidade na mesa, faltavam avanços objetivos, evidenciando que, mesmo fragilizado, o núcleo representativo do Governador na Diretoria ainda trabalhava para atacar os trabalhadores e negar avanços à categoria. Logo na segunda rodada de negociação os sindicatos da Intercel conquistaram a renovação da cláusula 3ª – Quadro de Pessoal, que trata da garantia de emprego dos celesquianos.

Segundo estudo do Dieese, a luta pela garantia de emprego diante da pandemia é fator central em todas as negociações coletivas em 2020. Consolidando uma conquista história, a garantia de emprego dos celesquianos atravessará o período político que enfrentamos, dando tranquilidade para que os trabalhadores continuem atendendo a sociedade catarinense com qualidade e responsabilidade.

Ao longo de três rodadas, os trabalhadores conquistaram avanços com reajuste salarial de 2,75%, repassado em todas as cláusulas financeiras, além de terem quebrado a lógica desta diretoria de ataque às representações da categoria, mantendo a estrutura sindical e a liberação do conselheiro eleito. Além disso, foi contratada a revisão do salário inicial, demanda importante dos trabalhadores da empresa.

Com a conquista dos sindicatos pela manutenção dos direitos, impedindo retrocessos e conquistando avanços, a proposta foi formalizada pela Diretoria para ser apreciada nas assembleias. Vale destacar que a mesma foi assinada pelos Diretores Pablo Cupani (Geração e Gestão Corporativa interino), Sandro Levandoski (Distribuição e Comercial Interino), Marcos Penna (Planejamento) e Fábio Valentim (Regulação e Gestão de Energia).

A assinatura dos 4 diretores ligitima a proposta, mesmo diante do fato de que o Presidente da empresa não assinou porque pegou licença exatamente durante a negociação coletiva, fugindo de sua responsabilidade. Também a a Diretora Claudine Anchite (Finanças e Relações com Investidores), demonstrando o mesmo desrespeito com a pauta dos trabalhadores com que conduziu a negociação do ACT passado, se negou a assinar a proposta, mesmo presente na Celesc no dia da formalização.

Nesta quinta-feira, dia 24, em assembleias virtuais, a contraproposta da Diretoria da Empresa para o ACT 2020/21 foi avaliada e aprovada por ampla maioria dos celesquianos. Ao consolidar direitos e garantir avanços, a negociação do ACT 2020/21 demonstra que uma categoria organizada e unida é capaz de vencer os ataques daqueles que buscam destruir os direitos dos trabalhadores e privatizar a Celesc.

Os trabalhadores da Celesc conquistaram um ótimo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) em um dos cenários mais adversos já vistos na história das negociações coletivas da empresa.

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