Presidente Lula critica farra de supersalários dos diretores e conselheiros da Eletrobras privatizada

Turma que tomou conta da Eletrobras corre contra o tempo para inviabilizar reestatização

Na última quinta-feira, dia 12, na posse da nova presidenta da Caixa Econômica Federal, a trabalhadora Rita Serrano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou sobre “badalado humor do mercado financeiro” quando o governo investe no Estado. Lula fez duras críticas ao episódio recente que já é de domínio público: a farra dos supersalários e bonificações de diretores e conselheiros na recém privatizada Eletrobras.

Na posse de Rita, o presidente Lula disse que “a Eletrobras foi privatizada e aumentaram o salário deles. Parece que o salário foi para R$ 300 mil por mês e era R$ 60 mil”, sobre o presidente da empresa. “Mais grave ainda, fiquei sabendo agora: sabe quanto ganha um conselheiro da Eletrobras? R$ 200 mil por mês para participar de uma reunião. Isso não é gasto? Não é jogar dinheiro fora? Como vou botar ministros ou secretário executivo? Vão ganhar cinco vezes mais que presidente da República. Cadê a seriedade nisso? Cadê as pessoas que cobram seriedade?”

O presidente Lula tem razão. A Privatização da Eletrobras foi uma farra do boi. Empreendimentos amortizados, pagos pelo povo brasileiro tiveram [como condicionante da Privatização as concessões renovadas por 30 anos, com o aumento da conta de luz. Tudo isso para bancar supersalários e bonificações, além dos dividendos de acionistas. A FIESP estima que no tempo das novas concessões, a privatização da Eletrobras vai onerar as famílias, a indústria, toda a cadeia da economia em R$ 500 bilhões no período de 30 anos. É como se a Eletrobras fizesse um novo bilionário todo mês. Isso com o aumento da minha, da sua, da nossa conta de luz. Aumento da conta de luz impacta na inflação. Aumento da inflação destrói a economia e já vimos no Brasil mais de uma vez que economia destruída derruba governo.

Por isso a equipe de transição falou de uma bomba de R$ 500 bi a ser desatada no setor elétrico. A desfaçatez do “Deus mercado” é tão escancarada que, nesta semana, o analista Sergio Oba, da Empiricus Research, publicou uma análise sobre a Eletrobras. O texto foi repercutido no site Money Times, que chama a empresa de “vaca leiteira de dividendos”. Essa coisa de sugar o último centavo é peculiar daqueles que participaram da privatização da Eletrobras. Conselheiros e diretores recebem supersalários e bônus aprovados por acionistas e compensam esses acionistas em uma parruda distribuição de dividendos.

Só quem perde é o povo, que paga a conta.

Com receio da reestatização da Eletrobras desde a eleição presidencial de Lula, a turma que tomou conta da Eletrobras tem corrido contra o tempo para tentar tornar a operação de privatização irreversível. O presidente da Eletrobras, Wilson Pinto Jr, teve a pachorra de dizer recentemente em entrevista no Jornal Valor que confia nas poison pills contra “arrobos estatizantes na Eletrobras”. O testa de ferro da maracutaia na Eletrobras se refere às cláusulas leoninas e draconianas da privatização. Está muito nítido que essa turma que tomou a Eletrobras não quer largar o osso, não quer abrir mão da mamata.

Agora, mais do que nunca, fica claro ao presidente Lula e a todo o novo governo que a única forma de conter essa gente que quer deixar na Eletrobras um rombo como o do escândalo das Lojas Americanas é devolvendo a Eletrobras ao povo brasileiro. Cancelando as cláusulas leoninas, recuperando o poder de voto para, em seguida, retomar o controle, reestatizar a Eletrobras para que o Brasil volte a crescer de maneira sustentável e soberana. Já para essa turma bolsonarista que mama nas tetas da Eletrobras, só existe um destino: justiça e reparação.

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