Nós vamos continuar a lutar!
Agora, mais do que nunca, os trabalhadores urbanitários estarão à frente na resistência
No dia 28 de outubro o povo brasileiro retornou às urnas para definir as eleições majoritárias em segundo turno. Além de um novo presidente, diversos estados elegeram um novo governador. O conservadorismo foi o grande vencedor neste pleito, trazendo de volta um cenário de incertezas para os trabalhadores, movimentos sociais e ameaças a empresas públicas.
Com 55% dos votos válidos, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente da República. Defensor da ditadura e autodeclarado favorável à tortura, apoiador da reforma trabalhista e com uma equipe que tende à desnacionalização de todos os patrimônios públicos, o Deputado Federal pelo Rio de Janeiro já trabalha para por em prática suas promessas de campanha.
Indicado para tocar a área econômica do novo governo e braço direito de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes já deixou claro que irá promover uma ampla privatização de empresas públicas.
A equipe de transição já prepara o anúncio das empresas e participações controladas pela união que serão postas à venda. Nas últimas edições do Linha Viva foram publicadas as propostas e declarações dadas durante a campanha, onde um mar de incertezas e contradições dava o tom do discurso. Enquanto Bolsonaro, após criticas sobre os perigos de privatizar o setor elétrico, gravou vídeo dizendo que a geração de energia da Eletrobras permaneceria pública, Paulo Guedes não esconde que a intenção é “privatizar tudo”.
O mar de incertezas atinge também a situação da maior estatal catarinense. Eleito com mais de 71% dos votos para o Governo do Estado de Santa Catarina, Comandante Moisés (PSL) passou a campanha sem se posicionar definitivamente sobre a privatização ou a manutenção da Celesc como empresa pública.
O cenário para o próximo ano é de luta e resistência. Mais do que nunca, os eletricitários, assim como todos os trabalhadores, terão que estar unidos e preparados para continuar defendendo as empresas públicas e os direitos da classe trabalhadora. As empresas públicas de energia são fundamentais para o desenvolvimento social e econômico do Brasil e devem permanecer sob controle do Estado.
É preciso iniciar e estruturar a resistência o quanto antes. Não podemos esperar os ataques e só então reagir.
Os eletricitários e todos os trabalhadores devem pautar as demandas sociais e econômicas na luta contra a desigualdade e a exploração. Não é hora de medo. É hora de dizer: nós vamos continuar a lutar!