Mais do que um discurso: categoria unifica pauta de reivindicações e cobra valorização e respeito ais empregados com avanços na PLR 2020 e no ACT

A dualidade tem sido uma das marcas da Diretoria quando se trata dos trabalhadores da Celesc. Se diante dos holofotes o Presidente e os Diretores mantém uma política de elogiar os celesquianos e enaltecer o trabalho prestado à sociedade catarinense, o reconhecimento não existe quando o assunto é avançar em melhores condições de trabalho, remuneração e vida. A cada novo elogio, um ataque contra os direitos dos trabalhadores vem à tona. A cada palavra de reconhecimento, surge um golpe em representações.

E nessa dualidade, a Diretoria vai tentando vender para fora uma imagem de respeito, enquanto dentro da empresa os trabalhadores sofrem com a violência dos desmandos e dos ataques contra a categoria. Mais do que belas palavras, os trabalhadores esperam o devido reconhecimento pelo esforço e responsabilidade no atendimento à população catarinense e na luta pela manutenção da empresa pública, diante de erros de gestão e ataques privatistas.

Principalmente neste momento, onde as atenções dos celesquianos estão voltadas à negociação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2020 e para o início das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/21.

Assembleia estadual unifica pauta de reivindicações

No último dia 29, os trabalhadores da Celesc unificaram a pauta de reivindicações para a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/21. Em uma assembleia Estadual Virtual, mais de 250 trabalhadores debateram as cláusulas que refletem os anseios da categoria em busca de valorização e reconhecimento. A Assembleia teve participação, também, da classe política catarinense, que falou aos trabalhadores na defesa do patrimônio público e dos direitos dos trabalhadores.

O Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), Deputado Júlio Garcia (PSD), defendeu diante dos trabalhadores a Celesc Pública, relembrando que a privatização depende do debate com os Deputados e de alteração na Constituição do Estado. O Deputado ainda criticou a postura da Diretoria da Empresa de não estar aberta ao diálogo: “Em relação à Celesc, vivemos também tempos difíceis.

Não há como se fazer administração pública, em um sistema democrático, que é o que nós vivemos, sem pessoas que entendam que a política é importante”, afirmou. O Deputado Federal, Pedro Uczai (PT), destacou o movimento nacional de privatizar o sistema Eletrobras e as alterações no Código de Energia que fortalecem o mercado livre e o setor privado: “Todo o projeto é mercantilizado e incorpora a ideia da privatização do sistema Eletrobras e do sistema elétrico brasileiro”, afirmou.

Uczai, ainda, incentivou os trabalhadores: “Vão para a luta, defendam a pauta dos trabalhadores e trabalhadoras da Celesc, porque quanto melhor, mais qualidade no serviço público”. A Deputada Luciane Carminatti (PT) lembrou que temos que permanecer vigilantes contra a privatização. “Eu não tenho dúvida nenhuma que energia, água, educação, segurança e saúde é estratégia do estado. Nós não podemos pensar um país soberano, se abre mão destas prerrogativas fundamentais”, disse.

O deputado Fabiano da Luz (PT) destacou o papel estratégico da Celesc para o Estado de Santa Catarina e a força dos trabalhadores na luta contra a privatização. “Essa força que vocês, da Celesc nos dão, na defesa da empresa pública, no fazer a diferença entre aqueles que só querem ver o lucro, só querem ver o resultado do dinheiro e daqueles que querem ver o resultado no trabalho executado, no atendimento das áreas mais remotas, onde talvez uma empresa privada não iria levar energia, mas a Celesc vai lá e cumpre o seu papel social também, e a manutenção da Celesc Pública é esse compromisso social com cada catarinense”.

O ex- -deputado Dirceu Dresh falou da importância da luta dos trabalhadores: “A luta dos celesquianos, neste momento, é mais importante do que nunca. Estamos tendo um grande problema da destruição do estado brasileiro, das políticas públicas, com as privatizações. A luta de vocês é fundamental, afirmou” Em aproximadamente quatro horas, os trabalhadores unificaram a pauta e reafirmaram a luta coletiva e a disposição de defender os direitos e a Celesc Pública.

Com a unificação, a pauta foi protocolada e enviada ao Presidente da empresa, Cleicio Poleto Martin e ao Diretor de Gestão Corporativa, Pablo Cupani, que ouviu da Intercel, em reunião realizada nesta quarta-feira, dia 02, as expectativas da categoria para o ACT 2020/21.

Em uma assembleia Estadual Virtual, mais de 250 trabalhadores debateram as cláusulas que refletem os anseios da categoria em busca de valorização e reconhecimento.

Diretoria apresenta proposta de PLR rebaixada

Antes de entrar no debate do Acordo Coletivo, os dirigentes sindicais cobraram da Diretoria respostas para a Participação nos Lucros e Resultados 2020 dos celesquianos. Ainda durante o início da pandemia, a diretoria da Celesc encaminhou uma proposta rebaixada para a PLR, justificando, com a pandemia, os ataques aos direitos da categoria.

Após uma reunião onde os dirigentes sindicais apontaram os problemas e criticaram a falta de avanços e de valorização dos trabalhadores, a Intercel apresentou uma contraproposta cobrando o reajuste total da inflação, novos indicadores que tenham gerenciamento dos trabalhadores, fim dos gatilhos que dificultam o acesso ao benefício, avanços na parcela adicional dos Acordos de Desempenho e, principalmente, a distribuição 100% linear, bandeira histórica da categoria.

Após um longo tempo, a Diretoria da Celesc apresentou uma nova proposta e uma velha frustração para os trabalhadores. Em uma reunião que antecedeu a entrega da pauta de reivindicações, a Diretoria reafirmou a grande maioria dos ataques da proposta anterior e demonstrou que o discurso de valorização não passa de retórica para as câmeras e para os comunicados internos.

Os sindicatos da Intercel reafirmaram a crítica e cobraram mudança de postura e valorização efetiva dos trabalhadores, além de urgência para fechar a PLR antes do início do ACT. A Diretoria se comprometeu a retomar o debate até esta sexta-feira, para que os sindicatos levem nova proposta à categoria.

A Diretoria demonstrou que o discurso de valorização não passa de “ retórica para as câmeras.

Intercel entrega pauta de reivindicações e cobra da diretoria respeito aos direitos dos trabalhadores

A entrega da Pauta de Reivindicações foi marcada pelo sentimento de que é necessário mudança de postura da diretoria diante dos anseios da categoria. Se a negociação da PLR 2020 aponta os rumos da campanha de data-base, os trabalhadores podem iniciar a mobilização e união junto aos sindicatos da Intercel.

Diante da falta de avanços na PLR e com lembranças de uma negociação conturbada no último ACT, agravada pela postura da Diretoria de desrespeitar o histórico de lutas dos trabalhadores organizados pelos sindicatos da Intercel e de atacar as conquistas coletivas e as representações dos celesquianos, os dirigentes sindicais reafirmaram ao entregarem a pauta ao Diretor de Gestão Corporativa, Pablo Cupani, a necessidade de mudança de rumo da Diretoria, trazendo o discurso de valorização para as ações efetivas e por avanços no acordo coletivo.

Para os sindicatos da Intercel, a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/21 deve ser pautada pelo respeito aos trabalhadores, que têm dado constantes demonstrações de comprometimento com a Celesc Pública e com o Estado de Santa Catarina. É preciso respeitar os direitos da categoria e avançar em melhores condições de remuneração, vida e saúde. Mais do que o discurso, é preciso que os trabalhadores sejam verdadeiramente respeitados, valorizados e motivados a continuarem o trabalho que levou a Celesc a ser eleita a melhor distribuidora de energia elétrica do país.

A pauta de reivindicações entregue à Diretoria foi construída democraticamente e reflete a consciência dos trabalhadores das dificuldades da conjuntura política e econômica, mas contém justas reivindicações por melhores condições financeiras e sociais para aqueles que levam desenvolvimento para o Estado de Santa Catarina.

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