Escrevo
Por Dinovaldo Gilioli, poeta, trabalhador aposentado da Eletrosul e ex-dirigente do Sinergia
escrevo para ouvir
o som das palavras
no silêncio da melodia
escrevo para a palavra
presa no dicionário
na língua dos falsos cultos
escrevo para acordar
os dormentes da indiferença
dos crentes nas armas
escrevo para os desalmados
os profetas do antigo testamento
escrevo aos que rezam
para o nada
amantes de mito carcomido
escrevo para o amor
abafado no ódio
no pódio da ignorância
escrevo com a tinta acirrada
na pele dos que
engolem dinheiro
escrevo para o pão
dos famintos
para a exaltação dos sonhos
escrevo para renascer
o dia da noite longa
escrevo para demover
a palavra calada