As lições que devemos aprender com segunda onda de Covid-19 na Europa

Os especialistas divergem se o que a Europa está vivendo é mesmo uma segunda onda ou apenas uma continuação da primeira, uma vez que os casos e mortes diminuíram, mas nunca cessaram. O Reino Unido registra maior número de mortes diárias por covid- 19 desde maio. Na França, a taxa de acometidos e de óbitos por 100 mil habitantes no período de duas semanas chega a ser pior que das nações que lideram o ranking geral da pandemia, como Estados Unidos, Índia e Brasil. Em outros países da região, como Rússia, Holanda, Espanha, Bélgica, Itália e República Tcheca o panorama da covid-19 também está preocupando as autoridades sanitárias.

Por que isso está acontecendo?

Em vários países, as aulas presenciais em escolas e universidades foram retomadas. Restaurantes e bares passaram a funcionar regularmente. Com o clima ameno, muitos europeus decidiram sair de casa e viajar. O fato de esta segunda onda atingir principalmente os mais jovens é um forte indicativo de que a reabertura das atividades teve um papel decisivo neste processo, afinal, trata-se da faixa etária que predomina nas escolas e costuma estar em viagens ou eventos sociais com mais frequência.

E no Brasil, em que onda estamos?

Se compararmos as curvas da covid-19 na Europa e no Brasil, é possível reparar que estamos alguns meses atrasados nos eventos. No entanto, em um país de dimensões continentais como o Brasil, e com características tão peculiares em cada região, é difícil identificar se estamos em uma onda diferente, ou é a mesma onda. As estatísticas demonstram que estamos em fases diferentes em cada Estado da federação. Mas o fato inegável é que em Santa Catarina, onde se concentra o maior número de empregados da CGT Eletrosul, os casos de COVID 19 voltaram a crescer. Especificamente em Florianópolis, a curva de contaminação e de óbitos está ascendente e a ocupação dos leitos disponíveis de UTI também voltou a crescer chegando perigosamente a cerca de 85%. É o que mostra a ultima atualização do chamado Covidômetro em sitio da internet disponibilizado pela Prefeitura Municipal.

O Brasil ainda tem um tempo para fazer a lição de casa e estar mais preparado para uma eventual segunda onda. Se esse fenômeno vai ou não se concretizar, depende de uma série de variáveis e principalmente das intervenções que podemos colocar em prática até que uma vacina, daqui alguns meses, finalmente nos permita restabelecer o cotidiano e voltar ao chamado “normal”. Mas até lá podemos tomar decisões adequadas para este momento atual. Para os sindicatos que compõem a Intersul, o adequado agora, definitivamente, não é o retorno do trabalho presencial. A atitude adequada é a manutenção do máximo isolamento social possível. Apelamos portanto para que a Direção da CGT Eletrosul reveja suas previsões de retomada do trabalho presencial, e recomendamos a todos os trabalhadores com possibilidade de manter-se em trabalho remoto, que o façam.

E na CGT Eletrosul, vamos nos preparar ou “deixar rolar”?

Lamentavelmente, a Direção da CGT Eletrosul até agora deu poucos ouvidos ao posicionamento das entidades sindicais neste processo de combate à pandemia. Sequer admitiram alterações obviamente necessárias ao termo aditivo ao contrato de trabalho imposto aos empregados para manter-se em “home office”. Lembramos a todos os trabalhadores que a Intersul considera ilegais algumas cláusulas do termo aditivo apresentado pela CGT Eletrosul, portanto se algum trabalhador se sentir pressionado a assinar o termo para garantir sua própria proteção e permanecer em home office ou em tele trabalho, pode assiná-lo, pois o trabalhador não deverá sofrer prejuízo, uma vez que os sindicatos da Intersul estão atentos para coibir ou se necessário interpelar judicialmente qualquer abuso ou uso oportunista por parte da CGT Eletrosul com base nas ilegalidades mantidas no termo.

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