A palavra “diversidade” está em alta, mas os negros seguem em baixa nas grandes empresas

Apenas 4% dos cargos de liderança são ocupados por negros ou pardos em 500 empresas de maior faturamento no Brasil, segundo pesquisa do Instituto Ethos

Novembro é o mês da consciência negra, porém, não são os pretos, pardos ou os indígenas que precisam se informar sobre a data. Mas sim, os responsáveis pela perpetuação do racismo: os brancos. Por isso, a página 4 da edição 1593 do Jornal Linha Viva será especialmente para os trabalhadores brancos da categoria refletirem o espaço e o privilégio histórico-social que ocupam.

Cara(o) eletricitária(o), quantos trabalhadores pretos, pardos ou indígenas existem na empresa que trabalhas?

Caso tenha, quais os cargos que geralmente ocupam? Há algum(a) diretor(a)? Alguém como chefe de setor? Ou somente em cargos hierarquicamente inferiores, como o de limpeza?

Como ignorar as condições histórico-sociais de herança ancestral – seja dos escravizados ou dos escravagistas – em um país em que 55,9% da população se declara parda ou preta, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, e isso não refletir na presença dessas pessoas em espaços de poder e liderança?

Quantos dos quadros de presidentes expostos com orgulho no hall da Administração Central da Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC) são preenchidos por pessoas que não sejam brancas? E na CGT Eletrosul? E na Engie? E na Cerej?

Meritocracia? Os presidentes trabalharam mais? Se especializaram mais? Ou tiveram acesso a ferramentas, condições, e a um sistema educacional que os preparassem enquanto os grupos que nunca ocuparam tal cargo (pretos, pardos, indígenas ou mulheres) não tiveram?

Quando veremos outras cores, gêneros, culturas no hall de presidentes da Celesc, CGT Eletrosul, Engie e Cerej?
Fontes: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18319-cor-ou-raca.html#:~:text=O%20IBGE%20pesquisa%20a%20cor,10%2C6%25%20
como%20pretos.